O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


domingo, 13 de junho de 2010

A aberração da tourada à corda nas Festas do Espírito Santo



Expresso a minha profunda indignação por se reactivarem as Festas do Espírito Santo na aldeia do Penedo com uma tourada à corda, que da última vez terminou em maltratos tais que o animal foi para o matadouro já agonizante. Fui autor de uma peça de teatro, "Folia", que foi encenada durante dois anos na Quinta da Regaleira, onde se recriava o interessante simbolismo da Festa do Espírito Santo, que não necessita de qualquer sacrifício animal. Há que purificar as tradições da violência que as converte em factores de degradação do homem e do animal. Sem isso, Portugal não recupera do atraso mental, nestas questões, em relação à humanidade culta. E que absurda aberração, associar a invocação do Espírito divino ao gáudio perante a tortura de um ser indefeso!

Convido todos a escreverem em protesto ao presidente da Câmara Municipal de Sintra: geral@cm-sintra.pt

12 comentários:

platero disse...

acho, mesmo assim, que não tem uma ínfima parte de brutalidade das clássicas corridas, com as inevitáveis farpas/arpões cravadas no cachaço das vítimas indefesas.

julgo mesmo que na "tourada à corda" os animais nem são sacrificados no fim da brincadeira.

nunca vi ao vivo.
tb não tem nada a ver com as bárbaras soltas de Pamplona, com duas ou três mortes humanas por edição

abraço

Anónimo disse...
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platero disse...

indisfarçável seu CN

abraço

baal disse...

sempre gostei das largadas em pamplona. os homens mostram coragem.baal

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
baal disse...

porta-te bem fausta. isto não são takes. são marradas. esperei pelas 17:13.

Semente disse...

Caro Paulo,

por razões que são do seu conhecimento não posso concordar com a petição.
Embora compreenda quem não aprove e não tolere este tipo de iniciativa, seja em que situação for, mesmo sendo parte de uma tradição secular.

Vi a Peça de que é autor e fiquei muito feliz!
Mas esta Festa em louvor do Espírito Santo também me deixa feliz!
Na verdade, o touro não é maltratado, não é picado, nem vai solto.
Na verdade, não consigo assistir a uma tourada e para mim as duas coisas NÃO são iguais.
Para ser muito sincera, da última vez que assiti a esta parte da festa tive muita dificuldade em aceitar que volatassem a colocar o touro dentro de uma camioneta, em extrema dificuldade e com muito mais sofrimento, do que se a tradição se mantivesse e o touro fosse morto no local e sem sofrimento acrescentado.
E aqui, sem falsidade, dizer que SIM é muito violento esse acto e que não deveria ser em praça pública.

Nesta foto, está a imagem de um momento em que o touro caiu. Quantas vezes vemos pessoas no chão em vários momentos, dias, horas das nossas vidas e nada fazemos para as levantar?
Este touro não passou despercebido de ninguém que passou por ele nesse dia, não foi maltratado e todos (eu acerdito que todos sem excepção) estavam ali para O ver passar. Nada mais.
Como um santo num andor que leva multidões atrás. Só que o touro tem sempre de ter alguma segurança, daí as cordas.

É assim que vejo estas festas.

Abraços a si, Paulo*
E ao Platero*

Paulo Borges disse...

Cara Sereia, só lhe pergunto se gostava de ser arrastada pelas ruas amarrada por cordas com pessoas histéricas a gritarem-lhe e a puxarem-lhe pela cauda... Achava que isso era ser bem tratada e respeitada, como um santo num andor!?... Creio que não. Então porque aceita que façam o mesmo ao touro e ainda fica feliz com isso? A regra de ouro da ética não está a ser respeitada e assim não me parece que haja Espírito, muito menos Santo.
Se querem fazer as Festas com touro, é melhor que elas acabem e tudo passarei a fazer nesse sentido.

Semente disse...

Caro Paulo,

consigo perceber o seu ponto de vista e o seu sentimento.
Mas ainda não cheguei a essa fase de intolerância para com este tipo de manifestações.
Foi só por isso que deixei aqui o meu comentário.
Consigo entender que hajam pessoas que não gostem, nem tolerem,
mas quis deixar o meu testemunho.

Um abraço renovado*

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
guilherme disse...

PAULO BORGES EU CONCORDO COM VOCÊ E FICO MUITO TRISTE EM SABER QUE TEM GENTE QUE FICA FELIZ COM O SOFRIMENTO DOS TOUROS (SEREIA) É UMA PESSOA MTO FDP. O SER HUMANO QUANDO SOFRE PAGA DE COITADO MAIS EU TENHO ATÉ VERGONHA DE SER HUMANO INFESLIMENTE :(