quinta-feira, 25 de setembro de 2008
Não é
Tudo me cansa... canso-me de mim, e o que me resta? O que mais pode haver?
Ou... como se foge de si mesmo? Dum si mesmo que não há?
Ó noite, ó sono, ó vazio...
ó
ó o que seja que não exista em mim.
Ó sentimento madrasto, que me fazes sentir a ser apenas quando me não sou a mim!
Ó mim que não há... que só existes por nada do que para ti existe tu és. Para que te pensas tu?? Porquê esta voz? A voz do que nada é... Para que pessoa me achei sendo? Se nunca isso é ser-me.
Viver não pode ser este assistir ao que nunca é.
Não, não pode ser. Não é.
Ahh que inútil vontade de não ser o nada que sempre fui. E que sempre serei.
Até que seja finalmente tudo o que há em mim.
Ou... como se foge de si mesmo? Dum si mesmo que não há?
Ó noite, ó sono, ó vazio...
ó
ó o que seja que não exista em mim.
Ó sentimento madrasto, que me fazes sentir a ser apenas quando me não sou a mim!
Ó mim que não há... que só existes por nada do que para ti existe tu és. Para que te pensas tu?? Porquê esta voz? A voz do que nada é... Para que pessoa me achei sendo? Se nunca isso é ser-me.
Viver não pode ser este assistir ao que nunca é.
Não, não pode ser. Não é.
Ahh que inútil vontade de não ser o nada que sempre fui. E que sempre serei.
Até que seja finalmente tudo o que há em mim.
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5 comentários:
anita - gostei
não sei por quê. como posso gostar de um dia de sol em pleno outono, mesmo depois de o sol se pôr
beijinho
Gostaste do que "não é"? Bom, cada um com a sua loucura, é certo. ;P
Eu também posso dizer que gosto dessa "chuva de África", mesmo que nunca a tenha sentido... :(
Enviado por um amigo mesmo a propósito do trocadilho...
"não é"-Noé...
Do Jornal de Letras, de Eduardo Lourenço, a parte final do texto "O poeta na cidade, hoje":
" A Poesia - quer dizer a longa trama dos poemas onde a humanidade a si mesma se construiu, a única Arca de Nóe que sobrevive a todos os dilúvios - não é a nossa maneira de nos evadirmos do que somos mas de nos apercebermos, embora em figura, como dizia São Paulo, de quem verdadeiramente somos. É uma barca de palavras, mas tem o poder de transfigurar o que é opaco e não humano naquela realidade que tem um sol no meio e chamamos vida, a nossa vida, a nossa única vida. É só nela que nos é dado tocar e ser tocado por aquilo que uma nossa maravilhosa poetisa , Fiama Hasse Pais Brandão, chama o sol da realidade. E como só um poema, que é sempre a poesia toda, diz o que a poesia é, terminarei com ela,
Uma casa que sonha com o mel
tem a luz que está a ser sonhada.
Nela, os habitantes vivem e morrem,
ouvindo só o som do mar distante.
Porém um dia, os habitantes saem
para o mar. A casa acorda
e não mais se recorda do seu sonho,
Deixando entrar outro sol da realidade. "
Sossega a mente que isso e isto tudo passa...
:) a minha mente anda como o meu coração a deixa estar... sossegar o coração? hmmm talvez fosse recomendável senão fora ele que me controla a mim... e mesmo não convém que ele adormeça... :P
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