O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


sexta-feira, 2 de outubro de 2009

a potenciais plagiadores


eh pá, se você quer copiar
e usar como sua
alguma destas minhas incongruências
não hesite um minuto

nada do que escrevo
tem qualquer proteção oficial

se eu deixar esquecido
à porta de casa
em pleno Verão
um sobretudo velho
vai você pegá-lo
e guardar em casa
à espera do Inverno?

3 comentários:

João de Castro Nunes disse...

Pelas mãos de um bom alfaiate,,, do velho se faz novo. E quantas vezes... com mais-valia! Tudo é questão de "engenho e arte". Ao jeito de cada um. JCN

platero disse...

Olha a habilidade.
estou a falar do sobretudo, claro.
O meu caríssimo amigo, e emérito poeta, ainda usa?
sobretudo, claro.
Não escrevi sobretudo claro
?
abraço

João de Castro Nunes disse...

Habilidades de Poeta, que nem Neruda jogando com metáforas! Não é para todos. A vulgaridade... joga com pedras, como os neandertais... jogavam com calhaus. Sempre que deles se cansar, por velos ou fora de moda, guarde para mim os seus poéticos sobretudos, que lhes darei bom uso! Encaixo-os nos sonetos. JCN