sábado, 31 de outubro de 2009
"O homem venceu o mundo para tombar de joelhos perante as armas que outrora forjou"
- Alfred Kubin, Die Dame auf dem Pferd [A Senhora sobre o cavalo], 1900-1901.
"Pergunta - À fatalidade dos primeiros tempos substitui-se uma nova fatalidade?
Resposta - A obra do homem é a sua fatalidade, o homem venceu o mundo para tombar de joelhos perante as armas que outrora forjou. Admirai a sua cegueira e deplorai a sua constância. Ah, como ele é ingrato, ligeiro, pérfido e razoável! Obriga-se a servir, as suas penas e vigílias aliviam-no e quanto mais é infeliz mais se estima.
Pergunta - O Estado, obra do homem, não pende sobre o seu autor? Não suplicia o autor e não o obriga a uma servidão sem exemplo?
Resposta - O homem tem demasiada necessidade do Estado para que o Estado não abuse da sua vantagem e de instrumento não se erija em dominador. Sem o Estado, o homem cessa de ser um homem, o homem criado entre os animais deles em nada se distingue, mas o homem que o Estado deprava é mais atroz que as próprias feras, toca o fundo do horror e perguntamo-nos então se não será necessário conferir a preferência aos brutos"
- Albert Caraco, Huit Essais sur le Mal, Lausanne, L'Âge d'Homme, 1963, pp.25-26.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
O Estado é essa hidra que uns tantos entronizam rainha que é absoluta monarca sem parecê-lo.
Ubícua, que em lugar algum alguém consegue chamar à pedra, é ela a monstruosa desculpa para o des-mando dos mais vis, em seus dislates, inviesas e desvarios.
O Estado é sem culpa formada e sem culpados. É crime perfeito. E diz-se fonte do direito.
O Estado é o tirania travestida de senhora séria, com o amen idiota da ingenuidade do cidadão ressonante na cadeira eléctrica democrática, a que o ligaram depois de sucessivas assembleias do santo ofício da bagunça pública terem recusado votar a electrocução dos impunes do deboche.
Vejo o Estado como equivalente do ego: não existe, mas sufoca omnipresente.
Enviar um comentário