O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


segunda-feira, 19 de outubro de 2009

O corpo

«A vida de cada um é a sua própria intuição... irrepetível e intransferível... depois da morte vem o vazio. Que vazio? Talvez aquela cavidade oca, como o molde depois de retirada a peça que moldara, aberta no fluído que nos envolve e logo invadida pelo mesmo. O élan vital dissolve-se com o corpo... Nada visível resta». in «Inconformação» ESF

2 comentários:

João de Castro Nunes disse...

Que permaneça o invisível: isso me basta! O resto... às malvas o dou. JCN

baal disse...

excelente analogia com a fundição, não esqueçamos que o molde é o negativo, a cavidade é o que é retirado, mesmo o molde primordial em madeira (a natureza)serve para moldar o separarado, a areia (qual devir). o metal liquefeito será despejado e controlado (como nós no mundo) e no fim uma peça que vai ser limada, formatada, ás mãos de quem pode. no fundo é esta a nossa história, homens controlados e moldados por outrém, um deus que nos é desconhecido.