terça-feira, 27 de outubro de 2009
uma espécie de mata-borrão do toda-a-gente-como-toda-a-gente-de-toda-a-gente
Nós pensamos assim porque as outras pessoas todas também pensam assim.
Ou porque – ou porque – no fim de contas pensamos assim,
Ou porque nos disseram isso, e pensamos dever pensar assim,
Ou porque assim pensámos uma vez, e pensamos que ainda pensamos assim,
Ou porque, tendo pensado assim, pensamos que assim havemos de pensar.
Henry Sidgwick
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3 comentários:
Se não girarmos: cabeça e bico, o pescoço a tudo isso... mesmo que, aparentemente pareçamos quietos, sem sair do lugar... Ainda pensamos - pobres pássaros! - que pensámos... e os porquês do pensar sem porquê que nos pensam.
Há muito de "assim pensar" por todo o lado para onde voltemos o "bico"...
Não há mata-borrão que aguente!(risos)
Beijo
Retornará sempre o Mesmo? E morder e cuspir a cabeça da serpente, como em Zaratustra, será aceitá-lo?
"Morder" e "cuspir", vejo-os como dois actos num só gesto.
Um, o acordar que desperta para o que nos morde, quase indolor e inapreensivelmente, no que apreendemos e nos prende, e nos ilude com isso mesmo com que nos torna conscientes de que o não somos.
O outro, um vomitar no transe mesmo desse devorar.
Quanto ao Mesmo.
Se o tempo fosse "rectilíneo", sequencial, seria (creio) talvez circular e urobórico.
Mas, quem sabe, se o tempo não é antes uma "simples" conexão da consciência, sintonizada a determinado momento/âmbito de ancoragem escravizada em instantes, vividos como sucessivos, nessa teia de tudo com tudo que constitui este “jardim dos caminhos que se bifurcam” em que vivemos...
O "retorno eterno ao mesmo" é, talvez, apenas a "colecção" de nódulos/sinapses onde/por que tais linhas de tessitura interminável e infinita se correlacionam. Como as inumeráveis e indetermináveis conexões dos neurónios.
Isto, ainda que o Multi/Uni -verso seja, parece-me, mais do que um Megacérebro, e ainda que o que chamamos "cérebro" seja, por certo, mais do que simples mioleira e suas várias vizinhanças e extensões.
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