Dança rubra
As rótulas do tempo retesam os tendões da espera
Elevo-me na desgraça de ser no depois
A passagem para além não tem tempo nem espaço
Filigrana de lume a expectativa do fim
Tem mil braças a profundidade dum abraço
Pássaro de dentro no sem horizonte do esquecimento
Alado tudo o que margina a absolvição da treva
Vertido em redor em lava perfumada de incensos terminais
No passado no agora no que aí vem
Fique o que ficar será cinza à flor das águas do vau do instante
O salto a vasa o sem regresso que amortece a âncora do impossível
A morte a sorte o norte
A agulha de marear aponta o longe que no peito germina
Secreto regular pleno de tudo o que passa para sempre
1 comentário:
gosto da ideia que o tempo tem rótulas, articulações.
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