e sobre o que de verde se aproxima
sacadas, caminhos que se estendem
num abraço acalmado a par e passo
cada passeio das espessas avenidas
todos os significados poemáticos
do pensamento, desta arte pintada
pela idade fotográfica do verde
bosque, do verde o mar, da árvore
ponte enigmática, do jardim,
estreitos, que mal se desenrolam
na clara distância mosqueada
pela divina caixa que brilha
as cúpulas e arcadas, os raios do sol,
todos os rugidos de mel cambiante,
efeitos que a luz adida produz
da beleza arrebatada ao infinito
à nascente de imagens original
6 comentários:
Mel e cinzas... não ligam! JCN
Pois, para mim, mel e cinzas podem ligar de várias formas até.
Atendendo à sensibilidade de cada um, podemos até dar as boas vindas a esta junção. O inverno permitirá que eu junte mel à frente das cinzas ainda a queimar. E à lareira, trago mel no meu colo e cuido de saborear 'isso' que mais do que nectar, mais do que doce, mais do que prazeroso... é mel e é cinzas :)
Querido amigo, que bela dedicatória fizeste!
Que cores bonitas pintaste para nos brindar com esta partilha!
Já tinha saudades da tua escrita e dos teus quotidianos assim coloridos pelas tuas palavras.
Beijos*
(eliminei o comentário anterior... sem querer :( tive de escrever tudo outra vez. Bolas!)
À lareira, no pino do inverno, é realmente "prazeroso" comer pão com mel... a ver a lenha crepitar e a transformar-se em cinza, pó e nada! Não vejo a ligação! Não chego lá, por mais que puxe pela imaginação. Mas quem sou eu para negar a doce racionalidade de tão poética ligação?!...
Vem-me à ideia aquele especioso epigrama de Filinto Elíseo ante a campa de Bocage em cinza transformado:
"Salve, Elmano! a abelha em teu moimento
sempre o seu mel componha!"
Que estranhas ligações! JCN
*Sereia, obrigado pelas belas palavras que envias. Palavras fluidas e quentes que saem do peito de quem dirige à palma da mão as suas mais doces palavras, e as lança ao vento, no preciso momento em que num aceno as liberta, num giro suspendido de cetáceo, que em câmara lenta se detém até de novo ao azul se quedar.
Caro João, água e limalha de ferro também não, no entanto tingem as águas de preto ou de vermelho em seu óxido mais puro. Elementar, só no profundo imo da Terra,
ou em meteoritos que vagam por milénios em espaços sem fim até por eles dar-mos conta, como reminiscências de uma catástrofe, como num impacto.
Grato pelo seu comentário.
Abraços
Bela imagem, ainda que não pertinente! E quando é que a beleza precisou de coerência?!... Acaso, na Pietá, tem alguma lógica... a Mãe ser mais nova que o Filho?... E, no entanto... JCN
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