O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


sábado, 14 de março de 2009

Sutra Surangama

imagem google


Como é docemente misterioso o som transcendental de Avalokiteshvara!


É o som primordial do Universo...é o abafado murmúrio da maré oceânica subindo dentro de nós.


O seu misterioso som traz a libertação e a paz de todos os seres vivos, que, na sua dor, gritam por ajuda, e dá uma sensação de serena estabilidade a todos aqueles que procuram a ilimitada paz do nirvana.

6 comentários:

guvidu disse...

Paulo, Avalokiteshvara é o mesmo que Yeshe Dawa, a Princesa Lua de Sabedoria?

Paulo Borges disse...

Cara Fragmentus, Yeshe Dawa foi uma princesa que atingiu o Despertar tornando-se na Buda Tara. Mas de facto há uma tradição que considera que Avalokiteshvara, o Bodhisattva da Compaixão, contemplando o sofrimento de todos os seres, devido à ignorância, ao apego e à aversão, deixou cair duas lágrimas dos seus olhos: a do olho direito converteu-se na Tara verde e a do olho esquerdo deu origem à Tara branca.

Grato por recordar estes nomes abençoados

Saudações

guvidu disse...

Grata eu por ter respondido e confesso-me encantada com essa refª às lágrimas...que belo e profundo!

Namastê

guvidu disse...

Buda Tara, a única divindade feminina do budismo tibetano, certo?

Paulo Borges disse...

É a mais conhecida, mas há várias outras: Vajra Yogini, Yeshe Tsogyal, Mandarava, etc.

Na verdade todas as divindades têm um aspecto feminino e outro masculino, pois os seres despertos transcenderam a divisão sexual e não são nem femininos nem masculinos, manifestando-se todavia nessas formas, segundo a nossa percepção condicionada e ilusória.

Como todos nós, aliás: a natureza primordial da mente e o corpo de vajra, o corpo de energia indestrutível, não são masculinos nem femininos.

guvidu disse...

Grata pela explicação :)
Namastê