O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


sábado, 28 de março de 2009

milagre da vida

mal o poema nasce
o poeta lambe-lhe a placenta

levanta-o com pequenos toques de cabeça
o poema ensaia
um primeiro passo

tropeça

na luz coada
que vem da madrugada

7 comentários:

Unknown disse...

eheh que até apetece embalar o poema no nosso colo! :)

Unknown disse...

(ao eterno-poema-bebé)

platero disse...

por onde tem andado a menina?:

excesso de trabalho?
fastio literário?
o seu regresso justifica o meu insignificante poeminha.
Certo que acabadinho de nascer

Homem do Papel disse...

não nascemos para 'aturar' a fealdade, já checa o mundo.

Homem do Papel disse...

não nascemos para sentir a fealdade,
placenta, vergonha, respeito, elimino o post anterior,(erros), e penso que são a maldade

Unknown disse...

e o seu poema justifica o meu regresso.

talvez que a resposta a onde tenho andado viva aqui...

«(...) a poesia não será imitação, nem exaltação do real visível. Mas força de ultrapassamento, de rebentar os limites deste real e prospectar o real invisível.»
Dalila Pereira da Costa, 'A Nau e o Graal'

Semente disse...

O Platero também regressou!!!
Estou tão feliz!

:)

Parece o tempo em que eu comecei aqui na Serpente. Com a Anita, o Platero, o Feitais... e todos, TODOS os outros amigos com a língua de fora a sibilar :)

Que saudades!

Platero... andei em mudanças no meu mar... tenho de voltar ao campo e ás flores ;)

beijinhos e abraços de quem já tinha saudades vossas*