O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


domingo, 15 de março de 2009

Complemento


porque és ilha
e eu mar
complemento

5 comentários:

Paulo Borges disse...

Bela visão!

Anónimo disse...

E o espaço, que permite a ilha e o mar, que(m) é?

guvidu disse...

é o espaço da comunhão anímica em vôo espiritual... :)

Laura disse...

Por vezes o mar apenas extrema o isolamento da ilha... mas sem mar, a ilha seria penas o cume de uma duna obstinada.

guvidu disse...

isso mesmo, Madalena, por isso é que são existências que se complementam :)

"extrapolando" para o carácter individual, há quem seja + ilha que mar, e inversamente, de qq modo, comungam de "essência aquosa"...

abraço e ainda bem q gostou do haikai, Paulo,confesso que aquele que postou da flor e da mosca me deixou com vontade de poetar desta forma.

namastê