O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


terça-feira, 17 de março de 2009

Camadas de Fé




Um dois em um,
talvez indelicado,
mas é dedicada em simultâneo

ao Vergílio Torres, e à Raíz da Montanha

ao Paulo Borges e ao Dissipador de Rebanhos

4 comentários:

Rui Fernandes disse...

Numa visita a uma Igreja, deparo-me com este objecto. Seduzido pelo grafismo, espontâneo, abstracto, não resisti ao habitual processo de conquista. Só no fim, depois da satisfação do acto, percebi.

A raspagem das camadas de cera. A preparação do fluxo, da corrente fresca da oração. A dimensão do que não se vê, da enorme massa da montanha que está presente, pela sua raíz.

O tabuleiro das velas.

guvidu disse...

Que interessante...

A Fé como substracto que se recobre em camada de apelo,lágrima, dor e ardor em jeito de prece, na busca da esperança, da luz e da paz.

O des-vela-mento!

Grata pela foto e sua explicação.

Namastê

Paulo Borges disse...

Gosto muito das suas fotos e textos.

Muito obrigado pela imerecida dedicatória.

Anónimo disse...

Parece um quadro, parece Pollock, parece que a Ana Moreira está aqui dentro de mim a ver a imagem. É impossível acompanhar o teu ritmo. Tiras fotografias lindas e leibniztianas. Risos e sorrisos. Esta não está no caderninho arcaico...