quarta-feira, 18 de junho de 2008
vejo-te
por momentos
entre duas partidas
já envolta de paisagens que virão
mais à frente daqui a um bocado
na sonolência de não poder chegar
quando as asas abertas do jornal se renderem de vez ao tédio
anjo que me percorres
à solta no meu sangue
vejo-te
e pergunto-me quantas estrelas
quantas
e que arados sulcam a terra de onde nasci
quantas sílabas despontaram
nas ranhuras escuríssimas do sol
anjo que me desaguas
no fim do desejo
vejo-te
perene e alucinação
e todos os passos todas as marcas todos os beijos
mesmo a luz e a treva toda a inquietude
o que são
despontam por entre o frio e o orvalho
a arder de saudade
ervas daninhas nos canteiros da manhã
e são tudo o que resta
os meus sonhos
tudo o que tenho
por momentos
entre duas partidas
já envolta de paisagens que virão
mais à frente daqui a um bocado
na sonolência de não poder chegar
quando as asas abertas do jornal se renderem de vez ao tédio
anjo que me percorres
à solta no meu sangue
vejo-te
e pergunto-me quantas estrelas
quantas
e que arados sulcam a terra de onde nasci
quantas sílabas despontaram
nas ranhuras escuríssimas do sol
anjo que me desaguas
no fim do desejo
vejo-te
perene e alucinação
e todos os passos todas as marcas todos os beijos
mesmo a luz e a treva toda a inquietude
o que são
despontam por entre o frio e o orvalho
a arder de saudade
ervas daninhas nos canteiros da manhã
e são tudo o que resta
os meus sonhos
tudo o que tenho
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9 comentários:
Que a-nuncia um anjo que não seja de-nunciado por um demónio e que não seja re-nunciado por um Liberto ?
os meus sonhos
tudo o que penso ser
sem sê-lo
sou tudo menos os meus sonhos
quem está desiludido é quem pode sonhar. continuemos. :)
...
Não há arados para os céus
As nuvens cavam
uma sepultura de estrelas.
Deixa-as correr pelas letras
dos jornais sonolentos.
O meu país agoniza, Senhor!
Não ouves o murmúrio de vozes
em procissão de fontes
Que são sulcos de terra a gemer
debaixo das asas?
No meu país um anjo adormeceu
Onde está Lucifer? ou a ideia dele?
Senhor, o meu país dorme!
«Sob os ciprestes» construiu a casa
nas «ranhuras escuríssimas» do céu
uma fonte chora as saudades de ti
do rumor da língua
debaixo das gruta que o céu abre
à transparência.
Saudades do futuro
o que erguer do teu choro petrificado
frente ao mar?
Um abraço
Um sorriso:)
Muita paz
Lúcifer - «A estrela da manhã»
Vénus, portanto e tudo.
Este blogue está a ficar tão lírico... Gosto mais dele quando se ateia em chamas demoníacas...
Tu e eu ardemos.
Na mesma chama
nos devoramos
Eu e Tu
Nenhum de nós
o sabe bem
Somos na boca
do Dragão
O Fogo ardente
Dementes
Beijamos
a sua boca em chamas.
Para que arda
Tu e Eu
Eu e Tu
Mordemos os corpos
em combustão
Lambemos
Negro, Azul, Vermelho
O Sal dos sete Rios
Luz da Aurora Viva
Nessa chama morremos.
Desta conversa já gosto mais... Ardamos !
Pois em Verdade e Lux
Te digo
Aquele que comigo não ardeu
jamais saberá da suma volúpia
De arder
Em fogo lento.
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