sexta-feira, 13 de junho de 2008
Arte de ser esquecida
Miósitis
ou do esquecimento
Não sei
onde deixei os meus óculos
Ne m'oublie pas
o b.i e as chaves de casa
também não encontro
forget-me-not
as próprias palavras às vezes
vêm já esquecidas
Vergißmeinnicht
escarecidas
de amor
Neforgesumino
já não sei. A ciência findou.
Forglemmigej
Parece que as tuas flores
são azuis
Nontiscordardimé
e não eram essas que eu
ontem buscara?
Niezapominajka
Não há tanta poesia nas flores
Gleym-mér-ei
quantas flores na poesia.
Nezábudky
de tudo me esqueço
no-me-olvides
alma alzheimica do penar
Незабудки
sem cura, com a
eternidade à espera
Neužmirštuolės
….
Μη με λησμονείς
do verso me fiz esquecida
勿忘草" ( wù wàng cǎo)
cão azul à soleira da minha nova língua
물망초 (mul mang cho )
eu mula, esquecida da parição
勿忘草 (Wasurenagusa)
nas estações da chuva
זכריני (Zichrini)
conventual sacarinagem
კესანე (?)
breve alegria que a poesia me faz.
Nefelejcs
Talvez seja mesmo das flores
Unutma Beni
as do mal, as do último bem
Lule-mos-me-harro
que me desformam em barro
Pomněnka
terracotta férrea do sonhar.
ou do esquecimento
Não sei
onde deixei os meus óculos
Ne m'oublie pas
o b.i e as chaves de casa
também não encontro
forget-me-not
as próprias palavras às vezes
vêm já esquecidas
Vergißmeinnicht
escarecidas
de amor
Neforgesumino
já não sei. A ciência findou.
Forglemmigej
Parece que as tuas flores
são azuis
Nontiscordardimé
e não eram essas que eu
ontem buscara?
Niezapominajka
Não há tanta poesia nas flores
Gleym-mér-ei
quantas flores na poesia.
Nezábudky
de tudo me esqueço
no-me-olvides
alma alzheimica do penar
Незабудки
sem cura, com a
eternidade à espera
Neužmirštuolės
….
Μη με λησμονείς
do verso me fiz esquecida
勿忘草" ( wù wàng cǎo)
cão azul à soleira da minha nova língua
물망초 (mul mang cho )
eu mula, esquecida da parição
勿忘草 (Wasurenagusa)
nas estações da chuva
זכריני (Zichrini)
conventual sacarinagem
კესანე (?)
breve alegria que a poesia me faz.
Nefelejcs
Talvez seja mesmo das flores
Unutma Beni
as do mal, as do último bem
Lule-mos-me-harro
que me desformam em barro
Pomněnka
terracotta férrea do sonhar.
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10 comentários:
É agradável sintonizar o canal e ver outras cenas diferentes de Nuno Maltez, Nuno Maltez outra vez. Embora ame o Nuno Maltez, a verdade é que faz bem variar, respirar outros ares, para assim o poder amar com mais encanto. Não fosse ele tornar-se tédio e rotina ao ponto de já nem ler uma linha do que ele escreve.
Magnífico poema, de uma prenhe simplicidade que exige uma grande sofisticação e erudição para ser conseguida.
Um grande abraço e muitos parabéns.
esquecer, es que Ser...
ou es que es Ser...
O esquecimento é uma das mais raras graças concedidas aos homens.
Este poema é muito bom e muito mau.
muito fixe, sim senhora.
BonDia Joana,
Esquecer será uma arte. Esvaziar. Largar tudo o que aparenta fazer sentido e a própria ideia de sentido e de busca.
Também será uma arte estar-se esquecida do não se saber o que seja que nos anima
e amar sentidamente sem memória do inesquecível.
Apaixonou-me a conventual sacarinagem.
Gostei muito do poema, Joana. E a tese ? Compreendo que não avance muito: o êxtase é mais apetecível.
Beijinhos
Obrigadaa todos pelas mensagens. As vossas palavras são ovos moles na minha boca.
A tese, Paulo, Não está esquecida. Está a só a aquecer para ser entregue a si, num principesco tabuleiro, pronta ser servida. Quando estiver comestível, será sem dúvida, o primeiro.
Ah, Luiza. A conventual sacarinagem surgiu porque uma leitora/autora, Alice Turvo, falava-me em oferendas sacarinas, e eu já a pensar em conventuais doçuras, saiu-me esta sacanagem!
Estou perdida. Um beijinho.
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