Por onde bebia a vida o jovem rei.
Passaram pelo bosque os cavalos de fogo
Mas a voz de Inês não se apagava,
Ia com o vento, na crina dos cavalos;
Soprava nos canteiros perfume de cabelos
E de vento do norte em redor dos canteiros.
Um fio de água corria no peito de Pedro
Era a voz de Inês que não sossegava
De acender astros no negrume dos céus.
Tanto amor que mata e não nos morre
Tanta pedra brilhante a descer da montanha!
Por Inês se espalharam os brilhos da lua
E a voz saudosa do que foi seu rei
Há-de a mar o amor que não se rende.
Falo de um rei que achou na morte
A coroa oculta da sua rainha.
Se digo Pedro, uma pedra ganha forma;
Se encontro Inês, a Saudade transforma
Uma catedral de lágrimas em construído
Templo, túmulo de dormir e de sonhar.
Que rei ergue em torres de pedra e Sal
O recorte de um país?
Que rei coroou o Céu e a Terra
Por amor da sua rainha feita pedra de chorar?
Falo de Inês com as mãos abertas e vazias
Tanto amor que semeou no mundo
Esta saudade de ser maior que a morte!
3 comentários:
ó Maria
boa voz como sempre. é bom descobrir que há pedras de chorar
De chorar e de rir, meu caro Platero...
Aquele abraço
Pedras de chorar: os olhos de Pedro
Pedras de azular: o brilho do mar
Pedras de amolar: a tarde de outono
Pedras de beijar: a face do instnte
Pedras de morar: a casa e o sonho
Pedras de cantar: o vento nos cabelos;
Pedras de rir: os olhos alegres de Platero a olhar para mim...
Havemos de nos encontrar por aí.
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