sábado, 14 de junho de 2008
Pensamento zen
«Não procureis dar definições da mente. Isto é como alimentar-se com um pastel de arroz pintado num quadro.»
Monge Dogen
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Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".
"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"
- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente
Saúde, Irmãos ! É a Hora !
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4 comentários:
Poder-se-á com mais propriedade definir a impossibilidade de definir a mente ? "Isto é como"...
«Isto é como...» alcançar o Nada. Nada havendo para alcançar.
Mente, impossível de alcançar.
Quem pensa alcançar a mente ou defini-la serve-se de conceitos, de artifícios do pensamento, "pastel de arroz pintado" que não pode matar a fome.
Haver fome não é um conceito ?
Caro interrogativo,
«Haver fome» em sentido símbólico ou espiritual é desejar ser, é alimentar a «ilusão», é «encher» e ocupar espaço que dificulta o encontro interior com o nada que nos sentimos ser. Somos o de que devemos despir-nos, desse mesmo véu que impede o coração de perceber o que desde sempre somos e não sabemos.
O ser desejante deixo-o para a ficção, onde crio universos que são, porque me são para além de mim e aparecem como realidade, naquele espaço em que do Nada nasce alguma coisa, a ser "realidde". Sujeito e objecto para o leitor, suscitador de interrogações. Ele mesmo ficção de ficções. Não sou eu. Não são conceitos.
«Haver fome», escassez de alimentos, tamém não é um conceito. E uma má distribuição dos recursos do planeta; Haver fome é saber que é preciso suprir uma necessidade fundamental do organismo. Sem alimento o corpo definha... É também o resultado de algumas mentes ainda não terem sabido despir-se de si e acreditarem,de forma egoísta, que os outros existem menos, ou não exixtem. É falta de Amor.
Por outro lado, se queremos clarificar constantemente o que é dito, devemos de ter o cuidado de procurar contextualizar os sentidos do que é dito. Por exemplo, procurar compreender as circunstâncias em que o monge pronuncia as palavras e a quem as diz. Achar os fios das palavras e o seu propósito. Se não falarmos a linguagem dos homens para transmitir ensinamentos que visam auxiliar os outros ou ensiná-los a ver, para além das aparências e dos conceitos,não seremos compreendidos ou sê-lo-emos de forma distorcida. Pois dos conceitos nos serviremos como elementos elementos de comparação. Foi assim em todos os tempos. Nas escrituras de todas as civilizações, nas cosmogonias, nos textos esotéricos e simbólicos,em alguma filosofia e poesia. Parece que o propósito é claro, eles visam o desenvolvimento espiritual da huanidade. Sem ele, o Homem deixaria de sonhar um império do espírito que vibra em Saudade.
Mas isto é o pensmento a discorrer.
Um abraço
Um sorriso:)
PS. Onde está a mente?
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