Ao limite do verso,
Do verbo sem limite
Ao limiar do sonho.
Seladas as páginas
Dos versos selados
Dobram a folha dos dias
Pelo vinco das horas.
Sagradas, as chaves,
Fecham o silêncio.
Amanhã o dia florirá
De ausências,
De silêncios e de velas.
Onde a palavra cresce
Um louco fala só
E um livro aberto
Rondará de silêncio
O pó fino e branco
De uma vida…
Rezo como se cantasse
E uma oração bastasseà minha voz
Para ser antes de tudo
A límpida paisagem
Deste céu que me cobre.
E o amor? e a boca?
Que limite buscará
O beijo e a forma?
O lábio, o arco, a corda,
O ouro e o mel?
Quem o irá beber
À luz das chamas,
Esse chão de palavras?
Quem o irá regar
Quando a hora for sulco?
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