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Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".
"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"
- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente
Saúde, Irmãos ! É a Hora !
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5 comentários:
E quem sabe aos que o souberem na voz e na voz do corpo cantar... Bela voz e poética expressão de dizer a unidade.
Deve ouvir-se junto às fontes dos poetas e encontrar-se junto às montanhas azuis. Parece-me que sim...que esta voz e este poema nasceu da natureza e do que é natural e naturante. Depois fecha os olhos e vai ler os livros que são os da alma e encontra-nos perdidos nas folhas soltas dos cadernos onde já nos desenhaste. Uma noite com cheiro aos teus jardins múltiplos e intemporais.
Nota: na sexta-feira deram-me a cheirar uma planta para chá, que se chama "erva Luíza", lembrei-me de ti...a Luíza disseminada pelos cheiros não passageiros da Natureza. Sorri...envio-o no aroma e no vento desta noite.
Boa noite Luíza e recebe a minha voz a tentar cantar este poema.
Boa Noite Isabel,
Sim, foi para os lados das montanhas azuis num sonho escutado que aos cânticos rosas surgiram lilases nesta mel.odia a cantar, e porque Alguém desceu ao fojo, a uma origem que despe à sua semelhança. Fecharei os olhos para os abrir à solta como as folhas que não quero presas a nenhuma ordem anterior à Saudade que as reunirá irmanamente.
Sorrio ao ouvir-te cantar.
(também conheço a denominação há pouco tempo, se não estou em erro essa erva é mais conhecida por lúcia lima; costumo ter erva cidreira, creio que são familiares)
Sim, dois chás para as toalhas brancas da alma e da paz. Gosto muito dos dois.
Desejo e canto anjos esvoaçantes dentro dos teus sonhos.
Sim, dois chás para as toalhas brancas da alma e da paz. Gosto muito dos dois.
Desejo e canto anjos esvoaçantes dentro dos teus sonhos.
Bom dia,
Sou com a voz. Tinha acabado de beber o chá, já o canto se elevara na expressão dos perfumes. Calo o tempo, instalo a tarde para a flor na chávena.
À flor dos tempos, à beira-mágoa. Inês ouve o fio de água salpicando o vestido de seda… Já não são pés azuis, mas o som dos cavalos que se ouvem no bosque. Podemos ouvir a respiração dos astros. A voz de Pedro inunda o mundo. Alguém disparou clarões de luz na face líquida de Ofélia. Inês sorri para dentro do amor; sopra cheiros de ervas doces na toalha branca. Dos cadernos de luz, as letras sobem para os olhos de Risoleta que os recolhe, e de novo os deixa cair. Pérolas para a hora. Guarda-as em saudade as montanhas azuis. Para que o vento aquiete as cortinas. Só a brisa branda transporta no invisível barco os corpos que, calados, bebem água no barro.
Cântaro de vento, roda de oleiro dos amantes. Sorrisos de Inês e de Luiza.
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