O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


segunda-feira, 9 de junho de 2008

Afirmativo disse ...

... acerca de um projecto político visando o Despertar: " não poderá ter forma alguma, porque um projecto político é sempre fruto da ilusão de haver realidade."

Sendo assim, o que faremos? Procurar o despertar apenas dentro das nossas mentes e deixar que os seres mais adormecidos continuem a nos governar e a restringir cada vez mais a hipótese de termos disponibilidade mental, afetiva e material para realmente despertarmos nesta vida e nesta dimensão?

Resignarmo-nos a sermos peças de engrenagem da "Matrix" enquanto buscamos voos infinitos com as nossas palavras e dento das nossas cabeças?

5 comentários:

Unknown disse...

Ó Ana... que desassossego esse! nem pareces portuguesa.... adormecida. ;)

Anónimo disse...

A Matrix não é senão a mente não desperta... Apenas dentro da mente ? Não é pela mente que tudo o mais parece existir, incluindo a própria mente ? Desperta a mente e terás realizado não só a mais radical das revoluções políticas como a mais radical transformação de tudo.

Unknown disse...

sim... revolução "política" sem o basilar despertar da mente de quem a faz é somar outro engano...

Ana Margarida Esteves disse...

Ó Anita, tenho andado por esse mundo fora desde 1997 a ser desassossegada por anjos e demónios das mais variadas esferas;-) ...

Vai ao post que eu pus hoje na novaaguia.blogspot.com e encontrarás informação sobre dois desses ´"anjos caídos".

Ao afirmativo: Tudo bem, despertamos a mente. E depois? O que fazer quando tudo em nossa volta permanece adormecido? Não é obrigação moral da mente desperta ajudar outras mentes a despertar? Qual é a melhor maneira de o fazer sem moralismos, micro ou macro-tiranias e com absoluto respeito pela liberdade humana?

afhahqh disse...

Julgarmos que estamos despertos é uma grande arrogância. Dizer ou pensar: eu estou/sou desperto e vou despertar os outros, é uma grande arrogância. É, de certa forma, tirânico, julgar-se desperto e andar por aí a querer/tentar despertar os outros. Os tiranos, ditadores, julgam sempre que têm razão e que estão a fazer o melhor para a população. Melhor, melhor, é incutir mística e sensibilidade às pessoas através da Arte, porque isso vai realmente abrir-lhes a mente, contemplar o Universo como um todo, viajar, sentir, etc. Dizer-lhes como viver? Nunca! Não se ensina o que só a vida pode ensinar. Absoluto respeito pela liberdade humana? Mostrarmos aos outros aquilo que julgamos que é bom, por uma ou outra razão, para que julguemos abrir-lhes as mentes, como julgamos que algo ou alguém no-la abriu. Mas deixá-los aprender por si, não condicionar, mostrar os vários lados das questões sem condicionar para este ou aquele, etc.