domingo, 15 de junho de 2008
primeira conversa - para ver como é que é
que é assim:
abriram-me a lura da serpente emplumada, aqui estou eu espreitando para dentro, cheio de curiosidade e medo ao mesmo tempo.
que isto de serpente emplumada dever ter a ver com a religião Maia ou Azteca, ou sei eu lá, mas que mesmo aqui em Portugal não deixa de ter representações em algum imaginário popular.
o meu velho amigo António Catarino, de sobra conhecido nos Canaviais, na Igrejinha, em Nª.Senhora de Machede, proprietário de uma pequena courela à beira da Ribeira (Pardiela? ) que serve a Freguesia, para afugentar putativos ladrões de suas iguarias hortícolas, criou ele próprio a lenda de que uma cobra enorme, já cheia de cabelos no espinhaço, habitava as silvas inexpugnáveis que bordejavam o hortejo.
a courela seguramente ainda existe, sendo de seu nome aristocrático CADAVAIS
para que não restem dúvidas sobre a autenticidade da peça criativa, eu próprio, que sou dado ao
cultivo da poesia popular, de repente engendrei a quadra que passo a respescar nos escaninhos da memória:
a cobra dos Cadavais
nunca coisa igual se viu
tem uns dois metros ou mais
vá prá cobra que a pariu
a quadra ficou localmente conhecida, pelo que é bem provável que para além do meu amigo António Catarino alguem do burgo a tenha tambem guardado na memória
explicada que julgo esteja a minha identidade com o título do Bolg, passo à proposta de colaboração . que será, numa primeira abordagem, à volta das comemorações dos 120 anos do nascimento de Pessoa.
como não sou nem da pessoa nem da obra conhecedor ou estudioso, quem o for, de uma ou outra, não deixará de rir do ato (SPA - sou pelo novo Acordo ortográfico) temerário de me aproximar do vulto. é certo que também escrevi em tempos:
"sou um caracol que trepa/um tronco/ não de couve/de coqueiro"
bom, mas era então assim, a partir de uma Quadra de Pessoa que eu usava quase como lema:
a terra é feita de céu
a mentira não tem ninho
nunca ninguem se perdeu
tudo é verdade e caminho
era mesmo o que me convinha para dar cobertura a tanta pequenina oficial irresponsabilidade
até que um dia, desiludido, dei comigo a pensar deste modo aberrantemente pessimista:
já vejo que está errado
o trilho por onde vou
ninguem vai a nenhum lado
nunca ninguém se encontrou
se armadilhei, com esta minha primeira intervenção, o seu legítimo otimismo, só posso recomendar-lhe que à próxima quando vir a assinatura não arrisque
abriram-me a lura da serpente emplumada, aqui estou eu espreitando para dentro, cheio de curiosidade e medo ao mesmo tempo.
que isto de serpente emplumada dever ter a ver com a religião Maia ou Azteca, ou sei eu lá, mas que mesmo aqui em Portugal não deixa de ter representações em algum imaginário popular.
o meu velho amigo António Catarino, de sobra conhecido nos Canaviais, na Igrejinha, em Nª.Senhora de Machede, proprietário de uma pequena courela à beira da Ribeira (Pardiela? ) que serve a Freguesia, para afugentar putativos ladrões de suas iguarias hortícolas, criou ele próprio a lenda de que uma cobra enorme, já cheia de cabelos no espinhaço, habitava as silvas inexpugnáveis que bordejavam o hortejo.
a courela seguramente ainda existe, sendo de seu nome aristocrático CADAVAIS
para que não restem dúvidas sobre a autenticidade da peça criativa, eu próprio, que sou dado ao
cultivo da poesia popular, de repente engendrei a quadra que passo a respescar nos escaninhos da memória:
a cobra dos Cadavais
nunca coisa igual se viu
tem uns dois metros ou mais
vá prá cobra que a pariu
a quadra ficou localmente conhecida, pelo que é bem provável que para além do meu amigo António Catarino alguem do burgo a tenha tambem guardado na memória
explicada que julgo esteja a minha identidade com o título do Bolg, passo à proposta de colaboração . que será, numa primeira abordagem, à volta das comemorações dos 120 anos do nascimento de Pessoa.
como não sou nem da pessoa nem da obra conhecedor ou estudioso, quem o for, de uma ou outra, não deixará de rir do ato (SPA - sou pelo novo Acordo ortográfico) temerário de me aproximar do vulto. é certo que também escrevi em tempos:
"sou um caracol que trepa/um tronco/ não de couve/de coqueiro"
bom, mas era então assim, a partir de uma Quadra de Pessoa que eu usava quase como lema:
a terra é feita de céu
a mentira não tem ninho
nunca ninguem se perdeu
tudo é verdade e caminho
era mesmo o que me convinha para dar cobertura a tanta pequenina oficial irresponsabilidade
até que um dia, desiludido, dei comigo a pensar deste modo aberrantemente pessimista:
já vejo que está errado
o trilho por onde vou
ninguem vai a nenhum lado
nunca ninguém se encontrou
se armadilhei, com esta minha primeira intervenção, o seu legítimo otimismo, só posso recomendar-lhe que à próxima quando vir a assinatura não arrisque
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
8 comentários:
bem vindo!
é bom que nos cumprimentem à entrada, nem que seja da casa da serpente
obrigado
Bien venido, Platero! You are well come. Então rapaz, como cá chegaste... A serpente, a dos Cadavais, deixou-te passar?
Um abraço carinhoso
De quem não é que é, mas podia muito bem ser que fosse.
Bem vindo !
Mas olha que a Serpente morde
quem a não fita de frente,
olhos nos olhos
e alma demente !
saudades do futuro
- julgo que és a Maria. A ter acertado, foi através de ti que cheguei ao Blog. vou tentar não abusar, com vista a não se escorraçado pela serpente.
igual abraço para ti
ao comentador anónimo:
tenho poucos amigos. a falha será minha, estou seguro.
talvez tenha tendência a considerar as pessoas como inimigos potenciais, ou receio de me deixar "hipnotizar" e ser tragado como pássaro indefeso
de qualquer modo, abraço
saudades do futuro
- julgo que és a Maria. A ter acertado, foi através de ti que cheguei ao Blog. vou tentar não abusar, com vista a não se escorraçado pela serpente.
igual abraço para ti
Oooh!...
Enviar um comentário