O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


quarta-feira, 4 de junho de 2008

Encontro no dia 10 e visita à casa de Teixeira de Pascoaes, no dia 20

Car@s Amig@s, confirma-se então o encontro dos colaboradores deste blogue no próximo dia 10, pelas 18 h, no Auditório da Feira do Livro, onde será feito o lançamento da "Nova Águia". Podemos jantar juntos a seguir e, para prever o número dos participantes, agradeço que confirmem aqui a vossa presença.
Também vos convido para virem a Amarante, no dia 20, visitar a casa de Teixeira de Pascoaes (em São João de Gatão), por volta das 16 h, após o que será lançada também a "Nova Águia" e apresentado o meu livro "Princípio e Manifestação. Metafísica e Teologia da Origem em Teixeira de Pascoaes", na Biblioteca Municipal de Amarante. Para organizar bem a deslocação, solicito a que todos os que queiram visitar a casa de Pascoaes deixem aqui o seu nome e contacto e os enviem igualmente para o Renato Epifânio: novaaguia@gmail.com / 967044286.

Saudações aquilinas e serpentinas !

17 comentários:

Ana Margarida Esteves disse...

Lá estarei para o encontro e o jantar:-)!

Viva o emplumar da Serpente:-)!

Um grande abraço para todos,

A

afhahqh disse...

Não posso ir ao encontro e ao jantar porque estou no Alentejo a trabalhar. No entanto, desejo-vos um excelente jantar e tudo de bom.

Um abraço, nuno.

Anónimo disse...

Todos sabem que não gosto de folias. Isso é lá com o meu irmão que jurou que me matava se não lhe fizesse a vontade. Acredito que o faça. É com a alma em risco que me dirijo às Serpentes. A exigência que me faz é que coloque aqui um conjunto de quadras. Diz tê-las prometido a uma princezinha. pensva eu que já não as houvesse e foi isso que lhe disse... Não tive tempo de dizer mais nada, porque ele impôs-se a força. Temo pela minha vida, pois conheço-lhe o génio.
Embaraçada, aqui deixo as primeiras.
Diz que é para uma romaria...

Estas são para um tal de Fernando:

Santo António de Lisboa
Nascemos no mesmo dia
Levas ao colo o Pessoa
E a pessoa nem sabia.

Da cor do barro pintado
Tenho o meu coraçãozinho
Levas-me o corpo no barro
E eu no barro levo o vinho.

Se Lisboa imaginasse
O cortejo que aí vinha
Deitava do céu abaixo
Uma chuva lavadinha

De quadras tantas que fiz
Nenhuma floriu no vaso
António, o que é que me diz
- Será agora que eu caso?

Estas para um tal de Paulo:

Paulo Borges Folião
Vai à frente do andor
Não leva vela na mão
Só vela a chama d’Amor

Em vez dum vaso de flores
Segura a lança no peito
Os olhos aquietam dores
Caminha, o corpo direito.

Com ele vai Agostinho
Uma Águia e a Serpente
Pascoaes não prova do vinho
Da saudade, bebe a gente.

Estas para A Princesa:

Margarida, Margarida,
Quem te deu tamanha graça
Andas com a alma vestida
De flores compradas na praça.

Teus cabelos negros, negros
De moira do Sul da vida
Contam histórias e enredos
Trazem minha’alma despida.

Ainda faltm algumas, para Iabel:

Isabel de Santiago
Leva o anjo em sua Luz
E de um copinho de barro
Bebe o sangue de Jesus

Vou interromper, pois ele vem aí e quer que eu vá fazer-lhe outro mandado.

Despeço-me com embaraço
Mas o que é que hei-de fazer
Se manda a força do braço
Só me resta obeceder...

Uma vénia longa...

Alma do Obscuro

JoanaRSSousa disse...

lá estaremos!

Anónimo disse...

Aqui vão os restantes, para pôr nos vasos de manjericos (estranho este pedido, mas o meu irmão é imprevisível...

Para a Senhora Luiza:

À Luiza nem os olhos
Se vêem sobre o seu véu
Nos jardins, flores aos molhos
Foram caindo do céu.

Para as Joanas:

Joana Sousa chegava
Do perto, do longe vinha
Com mãos de fada moldava
Uma fina joaninha.

Santa Joana perdida
Nos seus véus não tropeçava
Trazia a alma vestida
Da imagem que esvoaçava.

Para a Ana Moreira

Nem Dois nem Três nem Um
Uma história sem aviso
Ana não era comum
Descobriu-se num sorriso.

Para a Conceição

Uma alma que é só alma
De Portugal por haver
Conceição levava a palma
Do oiro do seu saber.

Para o Nuno:

Um ramo de malmequeres
Te deixo em cada mão
E um sorriso se quiseres
Do Alentejo, meu irmão.

Para o Manuelinho

Vamos à tasca do Ti-Zé
Em noite de lua nova
Os versos di-los de pé
Qu’eu já estou c’os pés p’rá cova.


Para a restante Direcção da Nova Águia

Renato segue pausado
No seu pensar e saber
Não conheço bem o fado
Entoo um livro por ler.

Celeste chega sem pressa
Tem todo o tempo para ser
A caravela atravessa
No rio do seu viver.

P.S. Não tive outras recomendações do meu irmão.
Tenho a humildade e a ousadia de, em seu nome, pedir as minhas desculpas
por algo menos próprio. Coisa que ele nunca faria…


Um espectral abraço

Anónimo disse...

Obscuro saltitante
poetas quadras e quimeras
homem, mulher ou infante
serás ainda quem te esperas ?

Anónimo disse...

Mas que giro! Gostei Obscuro, Saudade, Futuro.

Anónimo disse...

Gostei muito dos retratos que fez desta gente que por aqui se mostra com toda a sua graça.

Anónimo disse...

Obscuro sou
poeta também
oculto me dou
a tudo que vem

Anónimo disse...

É com algum pudor que, a pedido insistente do meu irmão o cruel Obscuro. Pois aqui vão estas que me são dedicadas:

Ó alma que tanto quero
Sombra verde, osso fraquinho
Se lá vires a Margarida
Dá-lhe por mim um beijinho:)

E se o fado te obrigar
A cantar o meu desgosto
Canta um fado de embalar
Ou um tango, «por supuesto».

Não bebas demais, irmão
Olha a figura que fazes
Vazio, de copo na mão
Sem boca, que beijo trazes?

Margarida,
Bem sabe o quanto a estimo. Não leve a mal aquele «mafarrico».

Uma ridícula vénia

Anónimo disse...

Ops! que confusão! endereços trocados... O comentário deveria de ser assinado por: «A alma do Obscuro»
Ai, ai!

Paulo Borges disse...

Folião, saudoso, Águia-Serpente,
Obscuro, que bem me apanhas,
Com Pascoaes, Agostinho e mais gente
A velar o Amor e outras manhas !

Mas a ti também bem te vejo,
Bailador, saltimbanco, dançarino,
A rodopiar vertiginoso pelos ares
No riso de um eterno Deus-Menino.

A rodopiar e a desferir quadras
No céu azul tão profundo
Que nos fazem embevecidos esquecer
Todo o esquecimento que é o mundo.

Que se convertem em bom rubro vinho
Que juntos haveremos de beber
No eterno tabernáculo do TiZé
Da mais nobre saudade a alvorecer !

Nesse dia, esfíngico e fatal,
Tudo Festa e Folia será,
Os céus e Manuelinho darão sinal
E outro o universo renascerá !

Mas isto que anuncio futuro
Já de agora é e de sempre,
Assim desencubramos pleno
O Esplendor que trazemos latente !

Ana Margarida Esteves disse...

ma piscadela de olho ao Obscuro e seu irmão saudades do futuro, com um forte abraço;).

Hoje não tenho tempo de fazer quadras pois ando numa correria por Lisboa, mas quando tiver um pouco mais tempo e as conseguir fazer, mando-as com prontidão.

Conceição disse...

eu vou com a manela. ate breve.

JoanaRSSousa disse...

:)
obrigada pela quadra serpentina!

Maria disse...

Irei. Despida ... de máscaras !
Colar branco e capa negra ! Ora vejam ...

Anónimo disse...

Cá te esperamos atrás das moitas do Parque Eduardo VII para recordar velhos tempos, eheheh ...

=^..^=