O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


segunda-feira, 26 de maio de 2008

Em busca do dharma perdido-esquecido

I - Deus e a razão de Deus

Deus: a razão de Deus.
A razão de Deus: inescrutável.

II - Epifanias e Avatares

Ele é vermelho-sangue, pois o seu corpo é Sangue
Fita-nos, através do seu azul-olhar, deitado, aparecido
Adormecido e acordado, assustado (e assustador) e ternurento (e triste)
Repleto de sexualidade e castrado: Animal Racional
Inominável surpresa, desaparecida - outra ilusão? Desilusão
Após a abertura dos portais do tempo, o Ser liberto da morte
Contempla o verdadeiro dharma: Eterno Retorno
O coração pula, intensamente, tudo é finalmente-primeiramente a alegria e o saber
E queremos dizê-lo, levantamo-nos do nosso leito, "Descobri, descobri! Eu sei a verdade, conheço a solução!"
Até que as simples palavras, a simples frase que tínhamos se dissipa
E, então, percebemos que magicamente perdemos-esquecemos a verdade
Que desconhecemos o caminho, e vivemos mundos para voltar a abrir a porta
Cujo nome-visão esquecemos por entre uma espécie de estranha confusão-convulsão.


III - Do mundo ao mundo transcendido - duas notas solares

Silêncio: êxtase do espaço-tempo.
Praia: o lugar da Utopia.

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