O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


domingo, 11 de maio de 2008


(Às vezes é tudo o que temos: a efemeridade de uma bola de sabão)

6 comentários:

Anónimo disse...

Vivida no esplendor da beleza, do brilho, das cores e da transparência, quem nos dera durar, desse modo, nem que fosse por um segundo.
Bela fotografia.

Anónimo disse...

Só às vezes !?...

Jay Dee disse...

A vida é isso mesmo! Por isso é que tem de ser muito bem cuidada*

Paulo Borges disse...

Há metafísica bastante - e nenhuma - em fazer bolas de sabão e ver que com elas coincidimos.

Anónimo disse...

Nem sempre o espírito e a letra coincidem… Uma bola de sabão pode ser uma imagem representativa da efemeridade dos fenómenos. Aqui temos uma imagem onde estão representadas diversas bolas de sabão que mais parece fazer parte de um catálogo de venda de berlindes pelo fundo preto onde se exibem, conjugado com uma iluminação que lhes realça a forma circular e a cor dando assim à "efemeridade" uma aparência sólida e consistente. Se visse isoladamente esta imagem, nunca provocaria em mim semelhante reflexão, mas agora quando vir uma pedra sólida de granito ou uma estrutura em ferro, talvez me lembre de pensar: Eis que tudo é efémero!

Anónimo disse...

Bem visto ! Ainda bem que só ligas às aparências... porque elas também são aparições !