segunda-feira, 5 de maio de 2008
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Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".
"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"
- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente
Saúde, Irmãos ! É a Hora !
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4 comentários:
A Noiva eterna
Vive nos olhos do amante
Como a luz acesa na casa
As janelas da alma
sentem a sua chegada.
Sem se anunciar
a Noiva eterna vive
Revê-la no seu esplendor
é sabê-la perdida
No som que a flauta espalha
na clara suavidade do ar.
A noiva eterna chega
quando o coração
está pronto para a receber.
Sera a noiva eterna a Anima de Jung?
E o Animus o noivo eterno?
O que vislumbramos nas profundas e efemeras trocas de olhares entre desconhecidos que por um momento eterno se desejam?
Paulo,
Li-te pela manhã,
a Noiva Perdida lembrou-me a Sempre Noiva que em tempos um eterno noivo me dedicou, em flor. Sorri desejos e destinos.
Pensei juntar-lhes os campos, na sonoridade Matinal prolongada do entardecer, e lá fui cheia de graça; descalcei-me à terra dourada e descubri-me ao sol. Peregrinei à roseira e agora sento-me à distância do olhar próximo onde a água se ouve cair para um poço, ao lado dos loureiros. No canto junto ao palhal, observa-me uma Sempre Noiva. Sinto todas as tensões e des.contraio, improviso respirações e elevo-me no sentido de leveza. Os grilos aqui de perto sossegam o coro, retomam o fôlego; mais para baixo outros recomeçam num outro tom, ganham terreno e vozes e de novo aqui. O sol assiste com a brisa à cadência da luminosidade, da temperatura, do estremecer da terra.
E revejo-me no sorriso ao ler a Noiva Perdida. Que bonito. E a vê-la Sempre.
Luiza, li-te pela noite e agradeço a beleza do teu texto que vejo e desejo a embalar e realizar os sonhos de todos os Noivos.
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