( Talvez a tenham gravado em pedra, caríssimo Obscuro !)
(Onde tu vês anjos, eu encontro células e átomos, Isabel. Mas qual é a diferença afinal?)
Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".
"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"
- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente
Saúde, Irmãos ! É a Hora !
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6 comentários:
Sooorrisoooooo imenso.
Nenhuma. Os anjos são-me mais fáceis de chegar ao olho, porque olho para o distante e oiço Rilke.Devo mal ao perto e não vejo nada do meu tempo. Tu vês o mais ínfimo e tens olho para aquilo que Leibniz chama de "petite perception". Mas é o mesmo. Deve ser.
O mais estranho disto tudo é que estive a escrever para uma fotografia que recebi e que pensei mandar-te em resposta ao excesso que ontem nos ofereceste. E tu vens agora com esta pergunta...deve haver anjos pelo meio...ou teremos células comunicantes? Não sei...respondo com uma música de Yann Tiersen, Summer 78.
Um abraço grande.
Agora sou eu que sorrio!
- Yann Tiersen, sua grande minimalista encoberta???
Somos uma só mente, por mais diferentes e diversos que nos aparentemos.
Agora desato a rir. Cai-me um véu. Mas sei entoar "Summmer 78" com a voz.
Respondo, entoando...e sei que na repetição vou encontrar a aurora, a asa, a célula a partir da qual tudo se fez multiplicidade. Sei que vou reunir-me e silenciar-me, depois.
Agora convido-te para passearmos a cantar pelo que somos, entre os caminhos. Anda vamos cantar...
Nao existe deferença,nao importa se sentimos anjos ou átomos, importante é estar presente, sentir o Belo!.......
Cara Ana Moreira,
É mesmo verdade. Oiça:
No reino das pedras falantes vivia um povo que nunca tinha mergulhado no mar.
Na estela gravada para o rei podia ler-se: Tu, que foste homem nobre e poderoso guerreiro, nasceste e morreste sem ir ao fundo do mar. Mergulhaste na morte como na vida. Cumpriste.
Conta-se que o rei teve uma visão, antes de morrer. Teria sonhado uma língua capaz de fazer viajar, em espiral, até ao mais alto dos céus, os seres vindouros.
Conta-se que essa inscrição, gravada em sinais misteriosos numa pedra que canta, foi encontrada por Orpheu que, na sua expedição, a transmitiu ao povo que guardava o velo de oiro.
Muitos anos foram passados e muitos caminhos percorridos, até que a pedra cantante se fizesse ouvir. Sebastian, em sonhos, leu-lhe os sinais. Ao acordar, lembrou-se deles e gravou-os numa pauta de música. Foi o seu grande mergulho nas coisasque dançam em som, cor e maravilha, com os elementos.
Tinha sido sonhado pela pedra que canta.
Que bonita esta narrativa. Há narrativas que têm tanta música como a música. Que saudades futuras que já tinha do Obscuro que saíu debaixo de uma pedra...ou será que ele sabe escrever na pedra, e que tudo o que escreve, por ser duradouro escolhe a pedra, a rovha que guarda sons ( um especial biólogo/geólogo já me ensinou que há rochas que guardam sons, têm uma quase memória)? Escrita rupestre no tempo em que tudo é sem tempo...Obscuro mora, Ana, como os Anjos onde o tempo se faz eternidade. Por isso se lembra do que é inesquecível. Obrigada aos dois pela beleza...
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