segunda-feira, 5 de maio de 2008
Uma breve reflexão sobre o estado das coisas a partir do lixo televiso-(des)educativo
A SIC e a TVI passam, diariamente, às tantas da madrugada, respectivamente, os programas "Quando o telefone toca" e "Sempre a somar". Este tipo de programas só é possível porque vivemos, actualmente, em condições de vida cada vez piores.
Diz-se, habitualmente, que vivemos em democracia e que esta é, supostamente, o governo para o povo, para a maioria que elegeu os deputados da Assembleia e os governantes. Mas se, de facto, quem legisla e aplica as leis e directrizes de uma nação, fá-lo para o povo, para a maioria, porque vive esta cada vez pior?
De quem é a culpa? Quais as causas desta crise? A meu entender, os culpados são os produtores e detentores das reservas mundiais de petróleo que, visando o tão almejado lucro, não olham a meios para, dia após dia, aumentar o preço daquele que, nos tempos em que vivemos, é o bem mais necessário para o homem, na medida em que o acesso a tudo o resto (e não é pouco: veja-se o acesso - e a crise de acesso - à comida) depende do acesso ao mesmo.
A verdade é que, desde o malogrado 911, o preço do barril de petróleo já mais do que dobrou, porque, se bem me lembro, estava a cerca de 50 doláres e, hoje, está a cerca de 116. Não é escandaloso? Será que a actual crise tem solução, ou estamos condenados a tornar-nos, cada vez mais, trabalhadores-consumidores descartáveis, sem quaisquer perspectivas de sucesso ou realização pessoal, sem sonhos, incapazes de vislumbrar o infinito, em busca da mera sobrevivência?
Da minha parte, acredito que é possível mudar, e isso passa, invariavelmente, por uma revolução, porventura inicialmente silenciosa, que nos leve, quiçá, para os caminhos da auto-gestão e de uma espécie de (ou aproximação ao) sonhado estado de natureza de Rousseau. O sistema tem de ser sabotado, para que seja mudado. A sabotagem passa por não consumir, por não ceder aos desejos publicitários, por empobrecer os patrões, numa suave transferência de desejo, para que eles próprios mudem.
Embora o liberalismo esteja em (final de) alta, penso que caminhamos para um mundo, uma sociedade, essencialmente de esquerda, da chamada extrema-esquerda, comunista ou mesmo anarquista. Naturalmente, isto não acontecerá em meia dúzia de anos, porque há que esgotar o já quase esgotado modelo capitalista-liberal-opressivo que vigora no mundo ocidental (em expansão para e pela China, Índia e Brasil) e substituí-lo pelo verdadeiro governo para e pelo povo que, actualmente, não passa de uma ilusão.
"Eu sou o meu próprio Comité Central", José Afonso.
Diz-se, habitualmente, que vivemos em democracia e que esta é, supostamente, o governo para o povo, para a maioria que elegeu os deputados da Assembleia e os governantes. Mas se, de facto, quem legisla e aplica as leis e directrizes de uma nação, fá-lo para o povo, para a maioria, porque vive esta cada vez pior?
De quem é a culpa? Quais as causas desta crise? A meu entender, os culpados são os produtores e detentores das reservas mundiais de petróleo que, visando o tão almejado lucro, não olham a meios para, dia após dia, aumentar o preço daquele que, nos tempos em que vivemos, é o bem mais necessário para o homem, na medida em que o acesso a tudo o resto (e não é pouco: veja-se o acesso - e a crise de acesso - à comida) depende do acesso ao mesmo.
A verdade é que, desde o malogrado 911, o preço do barril de petróleo já mais do que dobrou, porque, se bem me lembro, estava a cerca de 50 doláres e, hoje, está a cerca de 116. Não é escandaloso? Será que a actual crise tem solução, ou estamos condenados a tornar-nos, cada vez mais, trabalhadores-consumidores descartáveis, sem quaisquer perspectivas de sucesso ou realização pessoal, sem sonhos, incapazes de vislumbrar o infinito, em busca da mera sobrevivência?
Da minha parte, acredito que é possível mudar, e isso passa, invariavelmente, por uma revolução, porventura inicialmente silenciosa, que nos leve, quiçá, para os caminhos da auto-gestão e de uma espécie de (ou aproximação ao) sonhado estado de natureza de Rousseau. O sistema tem de ser sabotado, para que seja mudado. A sabotagem passa por não consumir, por não ceder aos desejos publicitários, por empobrecer os patrões, numa suave transferência de desejo, para que eles próprios mudem.
Embora o liberalismo esteja em (final de) alta, penso que caminhamos para um mundo, uma sociedade, essencialmente de esquerda, da chamada extrema-esquerda, comunista ou mesmo anarquista. Naturalmente, isto não acontecerá em meia dúzia de anos, porque há que esgotar o já quase esgotado modelo capitalista-liberal-opressivo que vigora no mundo ocidental (em expansão para e pela China, Índia e Brasil) e substituí-lo pelo verdadeiro governo para e pelo povo que, actualmente, não passa de uma ilusão.
"Eu sou o meu próprio Comité Central", José Afonso.
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2 comentários:
Nuno, temos de nos encontrar para conversarmos sobre a minha pesquisa;-).
Entretanto, da uma vista de olhos nestas paginas:
www.fbes.org.br
www.pacs.org.br
Tenho a grande honra e privilegio de trabalhar com estas pessoas
Estou aqui porque recebi via email um apelo para divulgar foto de menina desaparecida. Não é meu costume reenviar sem me 'informar' sobre as fontes para obter alguma certeza de que não é brincadeira. Pelo que li até aqui dá-me alguma segurança e vou reenviar. Gostei deste espaço.
Sobre este artigo, só discordo numa coisinha: Esgotámos os 'ismos'. Temos de inventar outra coisa. E forçosamente, temos de trabalhar a terra, a nossa. Para obter os legumes, os cereais. Aceitámos o peixe e entregámos a cana de pesca a mando dos políticos. Por uns míseros escudos e euros, directamente para o bolso de meia dúzia. Precisamos de empregadores, não de gestores de 'Import' / Export'... Consumir é bom, dá emprego, mas consumir com que finalidade? E a que preço?
Alonguei-me. Desculpe!
Cordiais saudações.
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