sou um livro pendurado em ti.
uma leitura cada vez mais simples.
um espaço sem dimensão.
uno. sensível.
e abro-me por ti
na imensidão do amanhecer infinito.
in Nova Águia
Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".
"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"
- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente
Saúde, Irmãos ! É a Hora !
sou um livro pendurado em ti.
uma leitura cada vez mais simples.
um espaço sem dimensão.
uno. sensível.
e abro-me por ti
na imensidão do amanhecer infinito.
in Nova Águia
Se estiver interessado em Cursos de Introdução à Meditação Budista e ao Budismo, bem como sobre outros temas, como Religiões Comparadas, Fernando Pessoa, Mestre Eckhart, Saudade, Quinto Império, contacte: 918113021.
29 comentários:
Esse amanhecer é magnético e cintilante como o poço fundo de determinados olhares. Velocidade luz!
Difícil. Belo. Belo e difícil. Como em Platão. Será por causa da luz?
A rainha das Serpentes
Essa terra que Ulisses
leva no olhar
Despido de ilusão
De Luso ser
E vem escrever o mar
Num livro infinito
Partitura aberta
em cima dum piano de estrelas.
Navegar para o alto
Assim comanda o vento.
Alguém sabe o que é "Ophyussae" ? Eu sei, mas não digo.
Eu também sinto, mas não digo.
Eu também sei e sinto mas não digo!
Vá lá, não sejam mauzinhos, expliquem às pessoas de onde vem e em que consiste esta loucura chamada Portugal !... Porque às vezes convém explicar e nomear as coisas, até onde é possível...
Enquanto fores uno sensível, a coisa não vai mal.
*
Como só sei de cor, vou parafrasear:
-Ophyussae! Ophyussae! A Terra das Serpentes! A lenda ... O mito... eram verdadeiros! ...Lisboa dorme sobre uma grande serpente, enroscada em sete colinas!... A rainha Serpente! A Imperatriz Serpente! A serpente-oceano que trespassa mundos e seres que o não são! A alma oculta de Portugal e do Cosmos... O dragão do nosso escudo! O próprio espírito...
in "Línguas de Fogo" Paixão, Morte e Iluminação de Agostinho da Silva
de Paulo Borges
"Uma tradição diz que Lisboa é a Serpente, rainha de Ophyussae, a Terra das Serpentes, petrificada ao ver partir o seu amante Ulisses... Assim teriam nascido as sete colinas sagradas..."
Paulo Borges
in Serpente Emplumada
muito bonito.
Só falta dizer que a primeira referência a Ophyussae vem na "Ora Marítima", de Avieno... Aí também se diz (cito de memória) que o litoral atlântico da península foi invadido por serpentes vindas do mar: daí o nome que, em grego, quer dizer "Terra das Serpentes"... A mesma obra refere tribos que aqui viveriam com nomes como Draganes e Saefes, Dragões e Serpentes... Dalila Pereira da Costa escreve sobre isso em "Da Serpente à Imaculada".
Mas a Serpente anda adormecida: quem a vem Despertar !?... E quem suportará o seu Despertar ?
É só rir... só rir...
De que te ris tu?
Do espanto, enquanto és violentamente engolida pela Grande Serpente e putrefacta vomitada numa lixeira?
Que comentário estranhíssimo! Podes especificar?
Rio desta malta toda aqui a exibir a sua erudição e assim a reforçar o seu ago ainda mais, quando o propósito deste blogue é exactamente estimular a sua dissolução.
Caríssimos(as),
o poema vale o que vale, assim como os comentários, e foi postado não por questões de erudição ou dissolução da mesma.
Poderá ser até um poema-post(a) de pescada. Não me compete avaliá-lo. É apenas uma homenagem que julgo que se enquadra no espírito do blogue, no qual tenho liberdade de escrita.
Sem me querer justificar exponho o propósito.
Finalmente este blogue volta à sua boa vocação polémico-provocatória !... A Serpente andava um pouco adormecida...
"comentário estranhíssimo", porquê?
Pensas que te dissolves e não voltas à lixeira?
Do lixo se faz luxo !
Mas tiveste que "trabalhar" muito para seres "luxo", certo?
Não sei... O lixo, visto sem conceitos, já é luxo.
E como é que consegues ver sem conceitos, sem etiquetas, completamente livre da visão dualista?
Vendo.
Não me convenceste mas, pronto! E ponto. Que não é final, assim tu o queiras...
E, ainda assim, aceito a tua resposta...
Não con-venço. Só vejo. Se quiseres, não vendo. Porque nesta visão não há isto e aquilo, quem vê, o que vê e visão. Como na fusão amorosa. Deves saber do que falo, se és abismada.
Naturalmente. Assim, sim ... estava a ver que não te explicavas!
Isto não é para explicar e sim para vivenciar. E tu: abismas-te mesmo ? Como fazes ?
Bolas, apanhaste-me! Falo contigo depois... agora, não tenho tempo!
Enviar um comentário