O gato responde às dúvidas existenciais
do filósofo
com um bocejo
e um olhar íntimo
do alto do sofá vermelho
aconchegado no torpor
da tarde
o gato de Agostinho tem bigodes
e não é homem
aquele olhar sedutor
sem ser mulher
espeta as orelhas para ouvir
a voz sonolenta
do pensador.
Palmela, Dezembro de 2007
© Brissos Lino
3 comentários:
O gato do filósofo
escuta a voz do pensador
e levanta os bigodes
para a luz do tecto.
Não tarda, estão no colo um do outro, aninhados e sonhadores
a imaginar, ambos,que a noite
não tem limites para o conforto
da intimidade.
Profetas do sentido universal
O gato vê a lua numa quadra de papel e mia de amor.
Agostinho entende esse miar
Cúmplices, adormecem a sonhar impérios.
Um abraço
Será o gato, o filósofo ou nós quem pensa haver gato, filósofo e nós ?
Não seria Agostinho da Silva uma heterónima emanação dos seus gatos ?
Enviar um comentário