segunda-feira, 7 de abril de 2008
dentro da casca plúmbea do depois
as árvores as aves os sonhos as aventuras os desejos as dores sem carnes parturientes
as manhãs rubras de purpurina e não ter sido
acoitam-se da desolação
ao olhar tudo se furta se a luz se entrelaça com o desejo
e esperam o rasgar das veias do silêncio
pelo gume cristalino da saudade
entrelaçam-se em nós de pele e crinas com sabor a sangue
os ecos das batalhas e as orações dos que não partiram
cântico degolado
na quietação das aves depois do crepúsculo
as nuvens e as vertigens os amantes e os gritos as escoras do chão que ninguem pisa
e é de par em par que a noite se desfaz dos prantos e dos restos mortais
de haver mundo
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3 comentários:
Restos mortais de haver mundo: bela expressão !
Cada fenómeno é o estilhaço de uma explosão que nunca se deu.
Imagem de infinita beleza ...
Poema que respira e estremece de eternidade
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