O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Com os dedos faço fogo...

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(Ao mais doce dos últimos Reys)

Uma letra, pode ser um L., de Lapdrey, pode ser o começo do incêndio ateado nas festas de Elêusis e dos mistérios sempre reactualizados do trigo e da semente da terra mãe. Pode ser um D., de Donis, para ele se levanta em silêncio a taça excalibur do sem fim entre infinitos, no abismo de si! Ei-lo peregrino de tudo em tudo, de aqui e de nenhures: a sua figura é bem a de um Cavaleiro-monge! Cavaleiro-Poeta! Cruzado de Algures, com o Reyno em Nenhures! Umas mãos e uns braços que a si mesmo em uroboros se devoram. Damien, obscuramente germinava em semente de Verão, semente Amarela espalhada pela terra. Xamã e Mago; gentil e esgrimador exímio guerreiro do Pensamento e da Palavra. Eu com os olhos fechados, no deserto, vi. Eu vi! Vi um desenho em labirinto e anagrama de si mesmo e de alguma palavra que ainda ande por aí à espera de nascer. Vejo, saindo de sua própria boca, trincando a cabeça da Serpente, como Zaratustra e Abraxas! O terrível e o belo, o sublime e o olhar frio do raciocinador superior. Saindo da sua própria boca, a Serpente cavalgou mais alto e mais ousada, caiu fundo e reergue-se como é próprio de quem sabe respirar. Veio Damien e a letra D., e quem for cabalista que leia, e quem for alquimista que deixe ferver, à espera de renascer, já lhe consigo ver os traços... e os laços. O meu fundo agradecimento, a minha dedicação e profunda admiração
Até lá, este agradecimento tardio que só agora chega pela voz desta voz de nenhures:



Até Já Irmão

Até Sempre

3 comentários:

João de Castro Nunes disse...

ATÉ ELÊUSIS!

"saudadesdofuturo", um dia todos,
como nossos fachos e vestidos alvos,
e frescos vinhos gorgolhando a rodos,
nos juntaremos, em Elêusis, salvos!

E tudo será belo e radioso
com Dioniso a presidir, daimoso,
não faltando sequer o Rei Artur
com sua coruscante excalibur!

JCN

Anónimo disse...

Brindo a isso, também! JCN!

baal disse...

não podia deixar de brindar.
lá nos encontraremos quando terminarmos esta luta sem fim contra a existência.