(Para os da Serpente (e os do Jardim): Livro de Horas de Saudade. Horário e sabor das "poisagens" de alma. Livro das horas de uma entrega às Índias de Alma do Corpo alado dos Poetas não regressados. Poesia e Verdade?:))
"Serpente do Mar"
O Silêncio engole-me os desejos e um deus vivo entra na pele desse extremo arrepio. Corta o silêncio em dois uma fina navalha de bruma!
O que sinto e o que penso: poentes nascidos no avesso do ser. Por regressar!
Quem me dera morrer (me) na inocência azul de uma bola de frescura, na minha testa em febre! A Natureza de uma coroa na cabeça de uma Serpente.
A aura do mar levantou a beleza, a pedir perdão aos céus de dor tão supremamente bela!
Não posso sentir o que penso. Não posso dizer o que sinto. O Silêncio engole-me, como em uroboros(a) serenidade o mar aceita a luz nele entrada.
Uma luz entra nos poros, lisa, luminosa. Ir para onde sopra o vento ou dele desatar o nó que chia no apertar estreito da manhã. Um regresso para passados do futuro.
Escrever é uma paisagem das horas, uma companhia de solidão.
Há litanias na voz. O mar é uma maçã de vento. Não espera o sabor do dia. Há pomos que têm jardins na boca.
Uma baía é um mar fêmea. Atracam nela os barcos como horas de atraso no porto. Deitam-se os sóis, acordam os dias! Não há barcos para a Alegria! Vem ver-me dormir, tristeza! Literatura das horas!
Sem o Real existir não haveria matéria, nem sólida nem rarefeita, para construir castelos que suspendem o próprio ar, sem peso; nem haveria poemas para saudar as coisas que vivem na imaginação do Real.
Crescem nas suas asas: os sonhos! Vejo a aura do sol nas minhas costas!
Há palavras que se comem, outras, desaparecem esbatidas na paisagem, como cinza de neve a derreter no céu-da-boca húmido das palavras mais leves. Com essas e com as outras fazem-se barcas, que são nuvens, desfeitas: sopros de pétalas!
Os barcos estão há tanto tempo parados! As âncoras são poema condenados a navegar: Ulisses de uma Penélope longe dos barcos. As gaivotas atravessam o ar. O instante é perfeito.
Há vento entrado no pescoço do mar. Ainda a beleza da vida brota em luz!
Há um momento em que a vida transborda da taça da palavra. Que seja Azul, lápis-lazúli da alma. Quem tarda?!
A luz, ombro a ombro com o azul, inventa o horizonte. Há barcos desde a véspera. São recortes de não regresso, são poentes olhos na paisagem.
UM ANO CHEIO DE BELEZA, DE BONDADE E DE VERDADE!
FELIZ 2010!
10 comentários:
espero (egoísta)ser primeiro beneficiário de teus votos altruístas
Beijo - BOM 2010
São do cor-ação,querido Platero!
Querida Saudades, já tinha saudades da sua bela e sapiente palavra! E esta tanto aqui diz!
Um excelente Ano para todos!
Não nos resta mais nada do que matá-las... a todas!
Um sorriso muito grato, Paulo.
Um ano pleno de realizações em prol do que de mais alto e mais belo sonhemos para a humanidade, para a terra e para o não lugar onde tudo isto acontece plenamente...
Morra a Saudade! Que viva a Saudade que nos liberta!
Um texto muito sugestivo e uma belíssima foto. Olha, sabes, o que mesmo desejo é um ano cheio de Saudades do Futuro.
Pois é, "irmão" Soares. Estamos juntos n'Isso das Saudades do Futuro.
Bom ano para todos!
Passo por aqui para confirmar que tudo o que escreves me toca, me transparece...que ler-te é receber abraços no meu ser mais fundo. Obrigada por seres tão esplêndida morada. Muito bom ano!
Mas a todos, sem excepção, desejo o bem, a beleza e a grandeza de tudo o que o coração torna maior do que a vida e o tempo.
saudades chegaremos ítaca, virar à esquerda oceano atlântico, atlândida torre submersa à primeira babalada (babalada)?
saudades que bonito texto.
bom ano, e a todos os justos que somos.
Este é um livro das Horas mágico que trouxe da distância do azul (dos seus pés azuis...) o anjo da Amizade nas mãos de Isabel,na Bondade, na Beleza e na transparência das suas palavras.
Um Bom ano, Isabel. O que for melhor para ti, será melhor para todos, pois que os desejos podem ser dom, dádiva, oferenda e cuidado.
Um óptimo ano queremos que seja e será,o de 2010, pois que saibamos sê-lo em nós recolhidos votos e desejos ardentes.
baal,
Claro que seremos justos e caminharemos pela torre onde, entre gestos e cantigas, brindaremos ao novíssimo que aí vem a "babalar(se)".
Gosto de ter gostado.
Até à Atlântida da Alma!
Em breve. Torre 12:))
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