[Joseph] Campbell escreve:
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
Kundalini: o advento do V Império?
Pintura com areia dos navajos, extraída do Cântigo da Bênção
fonte: google imagens
[Joseph] Campbell escreve:
Existe no Musée Guimet, em Paris, procedente da China da época da dinastia Chou, c de 1027-256 a.C., uma serpente de bronze enrolada... que mostra justamente três voltas e meia, as quais, pelo menos para mim, sugerem, muito vigorosamente, a kundalini no muladhara. E na margem oposta do vasto campo eurásico de cultura-comum, na Irlanda, no século IX d.C., não somente foram revividas com serpentes simbólicas as iluminuras enigmáticas do Livro de Kells... mas também, ao lado de imensa cruz de pedra do mesmo período cristão pré-gótico - a "Cruz do [abade] Muriedach", via-se gravado, em alto-relevo, um painel surpreendente... conhecido como Dextra Dei, a "Mão Direita de Deus", em que aparecem duas serpentes entrelaçadas, dirigindo-se uma para baixo e outra para cima, e emoldurando três cabeças humanas em série ascendente, encimadas por uma mão direita humana, que se estende para o centro de um disco de coroação ornamentado, em forma de halo. Se esta não é uma referência explícita aos quatro estados principais de uma subida do sushumna, o sentido de um aparecimento dessa natureza num monumento cristão comemorativo da Crucificação ainda precisa ser explicado.
[Gene] Kieffer se aprofunda ainda mais, e pergunta se a kundalini era conhecida dos navajos e dos maias. "[Campbell] não ofereceu uma resposta definitiva. A Kundalini-Yoga era praticada no princípio da Idade do Bronze no Oriente próximo e no Oriente Médio, com certeza, mas seu conhecimento pode ter existido até antes disso e em outros lugares. Campbell encontrou provas robustas desse conhecimento na América do Sul, entre os povos maias e astecas, e na América do Norte também". Ele escreveu, por exemplo: [Há] "a pintura com areia dos navajos... em que as imagens e conotações se ajustam com tamanha perfeição às da subida do sushumna que, se a pintura tivesse vindo do Tibete, em vez de vir do Novo México, ter-se-ia podido presumir uma conexão imediata [com a kundalini] se a menor hesitação". (Veja a figura no topo.)
Darrel Irving, A Serpente de Fogo, São Paulo, Editora Pensamento, 2000, p.132
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7 comentários:
Kundaline não deixa de ser o quinto princípio, bem como o Quinto Império... Como é encoberto
passa por Kundaline que também ninguém vê...
Mas está lá como quase só reflexo na região sacra...
Naturalmente por ter estado no inicio como energia mãe, quando Fohate a fecundou...
Como Prana já habitava o seio do Ovo do Mundo vitalizou com as bençãos divinas e fez-se o Universo no Verso do Uno...
Mas o advento do Quinto império me parece ser antes de outra coisa a raça dourada, do terceiro milênio, que surgiria no Reino do Espírito Santo e Terras de Preste João...
E eu tenho certeza que essa Terra é o Brasil, do Senhor Maytreia...
Disto eu não tenho dúvidas até por ter ouvido um conto e no qual creio que uma águia solitária teria voado das neves geladas do Himalaia... e pousado ao Sul, nas Minas Gerais...
Em São Lourenço é a sua fonte por estar ligada a outra fonte de São Lourenço dos Anciães...
Neste Brasil então com o governo Espiritual do Cristo Universal, e a besta fera infernal como governo temporal...
Brasil com 5009 anos de vida e que um FDP embriagado jura que o inventou há sete para oito anos atrás...
Meu caro Amigo Júlio Teixeira: não macule o Brasil, que é também um pouco meu, como português que sou ("neto de heróis, poeyas e marujos!"). Um bom Ano Novo! JCN
Caro Júlio,
há literatura que recomende sobre a kundalini?
Eu teria algumas reservas em fazer algumas aproximações: na tradição tibetana não se fala propriamente de Kundalini, que é uma tradição hindu, decerto presente noutros pontos do mundo, pois corresponde a uma psicofisiologia subtil do ser humano que é universal. Creio que o trabalho da tradição budista tibetana com essas energias é um pouco diferente.
Quanto ao V Império, creio ter muitos níveis de leitura e sentido, desde o exterior - que tem a ver com eras do mundo e messianismos - ao mais interior e secreto, desde sempre presente no mais íntimo de nós...
Caro amigo João,
não há como macular com um mito sagrado que teve inicio com Badezir, passou por todo o processo de formação do Reino Português e ora realmente fincou sua bendeira do Espírito Santo no Brasil, que aliás deriva semelhante nome de Badezir, nas tradições mais ocultas.
E nas tradições mais ocultas, como bem sabe é onde repousa o conhecimento que não pode ser maculado...
Daí o Esotérico e Exotérico...
Caro Kunzang Dorje,
há na escola Teosofica (Platonica) Ligada a HPB e JHS estudo completo das energias primordiais, porém em cartas e tratados reservados,
da série interna da Ordem, que hoje leva o nome de EUBIOSE.
Em Portugal existe essa Ordem em Lisboa e Porto.
Caro Paulo,
No Tibete, de natureza completamente templária religiosa, mas no sentido do religar, a denominação das energias deve ser algo secundário na questão de método iniciático, devido o método e estilo místico...
Mas convém lembrar que tanto Kundaline, com essa grafia a partir de JHS, quanto Fohate e até mesmo Prana são formas poéticas de expressão para o que não tem nome que se aproxime de sua grandeza primordial.
Mas na Teosofia, que guarda a revelação desde os tempos da "Queda" estas são as causas primordias da Cosmogenese.
Como o Paulo escreveu no texto "Experiência sexual e iluminação na tradição tântrica":
"[...]ao contrário do que acontece no hinduísmo, todas as práticas tântricas budistas supõem o desenvolvimento preliminar e jamais abandonado da aspiração própria do Bodhisattva, o chamado bodhicitta, ou seja, o desejo profundo de atingir a Iluminação, ou o estado de Buda, para bem último de todos os seres sensíveis, para a sua libertação suprema. Outra diferença importante diz respeito à oposição das características e simbolismo sexual das polaridades em que se manifesta a não-dualidade do real: no Tantra hindu o princípio passivo e cognitivo é masculino, enquanto o activo é feminino; no Tantra budista, o princípio estático, relacionado com a vacuidade e a sabedoria é feminino, enquanto o dinâmico, relacionado com a compaixão, é masculino."
Depois o budismo tântrico fala da gota indestrutível que se forma no coração e que resulta da combinação do bodhicitta branco do pai e do bodhicitta vermelho da mãe, subindo posteriormente o primeiro para o chakra coronário e descendo o segundo para o chakra do umbigo. Através da energia sexual, o iogue faz descer a essência branca, unindo-a à essência vermelha no chakra sexual, experimentando aí a beatitude não-conceptual. Pelo poder meditativo, as essências ou gota indestrutível sobem até ao chakra craniano, dissipando-se todos os véus cognitivos e emocionais, desencobrindo-se a vacuidade.
Acredito que uma revolução no mundo passaria pela iniciação de todos nós nestas práticas, quer no Kalachakra Tantra, quer no Kundalini Ioga, quer noutras práticas semelhantes.
Sem dúvida, caro Kunzang Dorje! Como disse Luís de Camões: "É melhor experimentá-lo que julgá-lo, / Mas julgue-o quem não pode experimentá-lo".
Abraço
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