O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Yab Yum


O termo tibetano yab yum traduz-se literalmente por "pai mãe" e usa-se para descrever uma imagem de duas divindades abraçadas num acto sexual. Estas imagens simbolizam o método ou caminho (sabedoria ou compaixão) juntamente com o objectivo que se pretende atingir (a unidade da sabedoria com a compaixão num completo e perfeito conhecimento). A divindade masculina representa a força activa da grande compaixão, enquanto a sabedoria ou visão é simbolizada por uma divindade feminina como, por exemplo, uma das Dakinis. A inseparabilidade da compaixão e da sabedoria é absolutamente central para o ponto de vista do budismo tântrico e as representações de casais divinos em união sexual estão muito difundidas na arte tibetana.

Nalgumas escolas, em particular nas que dão mais relevo ao monasticismo (a gelukpa e a sakyapa), a união sexual de macho fêmea tende a ser simbólica. No entanto, na escola nyingmapa e na escola kargyudpa é por vezes fisicamente levada a cabo em ritos, com o auxílio de consortes femininas, por aqueles que lêem os tantras mais à letra.
John Peacock, O Caminho Tibetano de Vida, Morte e Renascimento, prefácio de Geshe Thupten Jinpa, Plátano Editora, Lisboa, 2005

1 comentário:

Rasputine disse...

Isto é uma pouca vergonha!