segunda-feira, 7 de setembro de 2009
Claustro
Ardem-te os olhos de fogo e adeus
o que derramas é da coroa
o que te cobre rosas vermelhas, ao mais fundo vale dos silêncios,
leito, sangue e hóstia no teu íntimo e único sacrário.
Ouras no templo, cálice, cripta
és o arquitecto, a espada, a cruz e a pena
e és virgem, viúva e benta.
Secreta na solidão as rosas ofereces
és a saudade na espiga
és o claustro,
e nos oito raios perdida te reencontrarás Pomba.
(entardecer, no Claustro da Catedral de Salamanca)
o que derramas é da coroa
o que te cobre rosas vermelhas, ao mais fundo vale dos silêncios,
leito, sangue e hóstia no teu íntimo e único sacrário.
Ouras no templo, cálice, cripta
és o arquitecto, a espada, a cruz e a pena
e és virgem, viúva e benta.
Secreta na solidão as rosas ofereces
és a saudade na espiga
és o claustro,
e nos oito raios perdida te reencontrarás Pomba.
(entardecer, no Claustro da Catedral de Salamanca)
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7 comentários:
Como ansiava pela publicação deste belíssimo poema!
Bem marca o renascer da Serpente!
Grato, querida L'a!
Três rosas amigas deixadas por Donis, em gratidão a Luiza, ao lado de outras tantas, vermelhas, no claustro, "vale dos silêncios"...
1.
"o que derramas é da coroa
o que te cobre rosas vermelhas"
a coroa que nos reveste
é a veste mesma que se nos derrama.
2.
"secreta na solidão"
a alma "é o claustro" de ausência no Presente presente;
o presente, a alma do Ausente, presente sempre no claustro.
3.
"perdida te reencontrarás Pomba"
buscada, perder-te-ás, alma,
condenada na ronda da vida;
achada, te acharás perdida,
no Perdido, por ti, de Amor...
E que este mundo seja inundado pelas fragrâncias dos entardeceres do Íntimo! Entardeceres sem ocaso, porque o Sol reside no centro do peito dos que se recolhem na Noite e se banham, de alma inteira, toda ela corpo e chama, na Vesica de onde brota a Aurora.
:)
Deixe Luiza que siga com as suas palavras e pedindo humildemente delas empréstimo:
Na catedral de Salamanca, Luiza,a luz é uma coroa que se derrama no vale. O silêncio é leito sacrário, a tua palavra é uma hóstia.
Cripta e templo que nos arde
De Amor a Cruz e a pena
De Saudade.
Secretas são as rosas
A seara é um mar
no clausto
Vês da Pomba os oito raios
Perdida te reencontrarás.
Um abraço de sempre no deserto mais íntimo de nós.
Saudades
gosto tanto de te ler, Luiza...
Poema redondo e perfeito, Luiza. Um abraço.
Meus Caros,
Agradeço-vos a vossa partilha e gentil presença.
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