O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

É preciso uma certa bruma para não perdermos visibilidade.

3 comentários:

platero disse...

ou para ganharmos?

gostei

Paulo Borges disse...

Não será bruma a visibilidade?

Anónimo disse...

A bruma é talvez, Luiza, a visibilidade que permite ao homem avistar-se de longe, fora de si, do tempo e do espaço, situar-se nesse nenhures que é onde a "paisagem" não tem dentro nem fora, é imensurável.

Mas a bruma é o sentido indeterminado e indefinido do lugar, é uma ilha, ou é o avistar dela ou a vinda ao nosso encontro ou o intervalo em que somos e não somos, futuro e devir.

Um beijo de enormíssima Amizade.

P.S. O que vemos e o que nos vê são a mesma bruma visível mais no invisível de tudo.