Ao mergulhar definitivamente, engolindo água e sentindo-se ir para o fundo, teve um último pensamento lúcido: «que felizes devem ser os anfíbios!»
Mário-Henrique Leiria
Um espaço para expressar, conhecer e reflectir as mais altas, fundas e amplas experiências e possibilidades humanas, onde os limites se convertem em limiares. Sofrimento, mal e morte, iniciação, poesia e revolução, sexo, erotismo e amor, transe, êxtase e loucura, espiritualidade, mística e transcendência. Tudo o que altera, transmuta e liberta. Tudo o que desencobre um Esplendor nas cinzas opacas da vida falsa.
"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".
"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"
- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente
Saúde, Irmãos ! É a Hora !
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2 comentários:
Isto até parece uma metáfora do estado a que chegou Portugal. E o resto do orbe terráqueo, idem idem.
Mas também parece um belo retratinho de certo MeTheOros: daí talvez as curiosas carimbadas na testa que a criatura apresenta na imagem. Que cromo!
Só que, no caso, em vez de uma pá de remo (o rapaz deve ser pacifista, bem como pelos animais, o ar da serra e os calhaus de praia), esta patusca criatura apanha, parece, vai não vai, é com a tabela períódica dos transfinitos de algum Cantor dado a raptos menos matemáticos, mas precisamente um pouco mais para o anfibiado.
Não haverá por aí quem faça a boa acção de devolver o senhor alienígena descolorado à adequada procedência?
Há, certamente, muito quem agradeça.
De forma alguma, meu amigo.
A sua presença, é mais-que-grata!
É uma lição ouvi-lo.
No entanto, e por dizer de forma alguma, gostava que considerasse que este meu apontamento é real e egoísticamente, auto-bio-gráfico e auto-biográfico também.
Sou eu, esse feliz anfíbio, ainda atordoado, e vivo, em desaparecimento.
(sorriso)
Um abraço, sincero.
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