terça-feira, 14 de setembro de 2010
Tás a ver a cena?
Meterem-te assim numa casa escura de olhos vendados sem te dizerem de que é que foste acusado, e vão-te acusando. Há filmes assim, eu é que ainda não os vi. Depois ficares lá muito tempo aguardando julgamento que sabes que não vai haver mas vão-te chamando nomes e dando chapadas para confessares. Senão vão confessando por ti.
Dão-te com a toalha molhada nas costas e nem sequer estás em tronco nu, estás a ver?
Começam a dizer-te coisas não muito concretas, assim para o abstracto, estás a ver?
E quando concretizam um ponto também ficas à nora, ao tio ao tio.
Depois choras muito por causa da dúvida e pelo que desconfias ser mentira. É pela dúvida que te conquistam. Mantêm-te na mão por não saberes, ó tu que queres saber tudo, agora vais aprender a lição.
Mas que lição?!
Essa lição que já estás a levar com ela: Não vais saber nada, desta vez eu tratarei disso, ahahahahah! Ouvires umas gargalhadas mas não se riem mesmo, estão num espaço à prova de som. Fazem barulho só para tu ouvires mas tu nem sabes isso do “só para tu ouvires”, estás lixado, estás a ver?
E vão-te mandando com as coisas e tu, já culpado até ao osso que nunca mais te alevantarás, perguntas:
Mas o que é que eu fiz?!
Mas porque é que havias de ter feito alguma coisa? Estamos só a divertir-nos e ainda não tínhamos tido a tua atenção.
Mas antes desse momento fizeram-te acreditar em coisas sobre ti - já que tinhas dúvidas foram-te dissipando algumas. Coisas sobre ti que vinham há meses a debitar mas sempre com um olho no cigano, outro na mula, para não ser de rajada, sem ataques de nervos logo no primeiro dia. Visualizas?
Dizem que isto passa nos filmes. Sei que a Twilight Zone tem aquilo de uma pessoa não estar na mesma onda que as outras, sabes? Não sei agora explicar bem mas isso é pertinente, tanto que me lembro várias vezes dessa série.
Quando te iniciaram nisto era a aprontarem-te para ires para a casa escura. Já estavas quase sem nada, por isso já podias ir para lá: Para ficares com o peso que agora tens.
Dão-te com a toalha molhada nas costas e nem sequer estás em tronco nu, estás a ver?
Começam a dizer-te coisas não muito concretas, assim para o abstracto, estás a ver?
E quando concretizam um ponto também ficas à nora, ao tio ao tio.
Depois choras muito por causa da dúvida e pelo que desconfias ser mentira. É pela dúvida que te conquistam. Mantêm-te na mão por não saberes, ó tu que queres saber tudo, agora vais aprender a lição.
Mas que lição?!
Essa lição que já estás a levar com ela: Não vais saber nada, desta vez eu tratarei disso, ahahahahah! Ouvires umas gargalhadas mas não se riem mesmo, estão num espaço à prova de som. Fazem barulho só para tu ouvires mas tu nem sabes isso do “só para tu ouvires”, estás lixado, estás a ver?
E vão-te mandando com as coisas e tu, já culpado até ao osso que nunca mais te alevantarás, perguntas:
Mas o que é que eu fiz?!
Mas porque é que havias de ter feito alguma coisa? Estamos só a divertir-nos e ainda não tínhamos tido a tua atenção.
Mas antes desse momento fizeram-te acreditar em coisas sobre ti - já que tinhas dúvidas foram-te dissipando algumas. Coisas sobre ti que vinham há meses a debitar mas sempre com um olho no cigano, outro na mula, para não ser de rajada, sem ataques de nervos logo no primeiro dia. Visualizas?
Dizem que isto passa nos filmes. Sei que a Twilight Zone tem aquilo de uma pessoa não estar na mesma onda que as outras, sabes? Não sei agora explicar bem mas isso é pertinente, tanto que me lembro várias vezes dessa série.
Quando te iniciaram nisto era a aprontarem-te para ires para a casa escura. Já estavas quase sem nada, por isso já podias ir para lá: Para ficares com o peso que agora tens.
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3 comentários:
inquisição, purga estalinista ou publicidade de televisão?
Cena da nossa vida, aqui lançados sem saber porquê (a minha veia gnóstica). A escrita da Rita é única. Já tinha saudades.
Lembra Poe, ou de como a voz dos inquisidores parece abismar-se no sussurro indefinido de um sonho...
Falta a fotografia.
Abraços
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