sábado, 11 de setembro de 2010
Fico com o teu beijo, porque esse me inspira, sejas tu o anjo ou diabo, nele me detenho por um pedaço e beijo o teu beijo como se nunca tivesse antes beijado. Branco enquanto vazio, pausa que teimas na escrita. Sente, pequeno príncipe, meu beijo no teu. Entre nós uma rosa nasce em forma de flor, entre nós a dor é partilhada com amor.
Diana esculpia a areia. Umas vezes eram sereias, doutras os minorauros ganhavam a forma provisória. Quando o mar se aproximava e levava com ele a arte, Diana sorria. Ver a vida ganhando vida, ver a vida deixando a vida era o exercíco diário da menina que tinha nascido já vai um par de anos. Ninguém sabia de onde vinha, nem onde se escondia nos dias de chuva. Nos dias de sol, Diana aparecia na praia do Nosso Senhor. Quando a madrugada adivinhava bom tempo, Diana corria e despia-se até o sol chegar e cobrir-lhe a vontade com calor. Nessas horas não se entendia se era o desejo de Diana quente, ou se era o sol que aquecia a areia. Quando adivinhava gente, Diana cobria-se de branco e começava a esculpir. Um dia Diana esculpiu um homem. Delicadamente contornou o corpo daquele ser. Pela primeira vez quis proteger a sua escultura do mar. Deitou-se sem peso em cima do homem que acabara de nascer. Assim quando o mar se aproximasse ela lutaria por cada pedaço da sua arte. Diana sentiu o mar molhar os corpos. Debaixo dela seu homem ganhava peso e Diana teve esperança de ganhar ao mar a derrota anunciada. Quando devagar o seu primeiro amor partiu, Diana chorou e praguejou contra a natureza que tudo tirou. Teimosa moldou um coração longe do mar, mas choveu e o coração desfez-se na areia. Esquecida dos dias em que disciplinada moldava a impermanência, Diana voltou a chorar.
As noites na aldeia eram solitárias. De longe ouviam-se as ondas a cantar ritmadamente. Diana dormiu na areia na esperança de uma nova manhã. De manhãzinha tentou moldar outro homem, mas seu coração ainda chorava pelo primeiro e Diana deixou de tentar.
Triste cantou a ladainha que ouvira da avó desde que nascera:
Sente, pequeno príncipe, meu beijo no teu. Entre nós uma rosa nasce em forma de flor, entre nós a dor é partilhada com amor. Todos os dias o mar te leva. Todas os dias voltas a nascer. Se já não és o mesmo. Pouco me importa. És certamente o homem nascido comigo na areia. Neste vai e vém, beija meu beijo e volta a nascer....
Diana vestida de branco é lenda em toda Setembro. O pescador perde-se por ela, a mulheres se ficam viúvas praguejam contra a sereia.
Entre nós uma rosa nasce em forma de flor. Entre nós a dor é partilhada com amor. Todos os dias o mar te leva. Todas os dias voltas a nascer. Neste vai e vém, beija meu beijo e volta a nascer....
Diana esculpia a areia. Umas vezes eram sereias, doutras os minorauros ganhavam a forma provisória. Quando o mar se aproximava e levava com ele a arte, Diana sorria. Ver a vida ganhando vida, ver a vida deixando a vida era o exercíco diário da menina que tinha nascido já vai um par de anos. Ninguém sabia de onde vinha, nem onde se escondia nos dias de chuva. Nos dias de sol, Diana aparecia na praia do Nosso Senhor. Quando a madrugada adivinhava bom tempo, Diana corria e despia-se até o sol chegar e cobrir-lhe a vontade com calor. Nessas horas não se entendia se era o desejo de Diana quente, ou se era o sol que aquecia a areia. Quando adivinhava gente, Diana cobria-se de branco e começava a esculpir. Um dia Diana esculpiu um homem. Delicadamente contornou o corpo daquele ser. Pela primeira vez quis proteger a sua escultura do mar. Deitou-se sem peso em cima do homem que acabara de nascer. Assim quando o mar se aproximasse ela lutaria por cada pedaço da sua arte. Diana sentiu o mar molhar os corpos. Debaixo dela seu homem ganhava peso e Diana teve esperança de ganhar ao mar a derrota anunciada. Quando devagar o seu primeiro amor partiu, Diana chorou e praguejou contra a natureza que tudo tirou. Teimosa moldou um coração longe do mar, mas choveu e o coração desfez-se na areia. Esquecida dos dias em que disciplinada moldava a impermanência, Diana voltou a chorar.
As noites na aldeia eram solitárias. De longe ouviam-se as ondas a cantar ritmadamente. Diana dormiu na areia na esperança de uma nova manhã. De manhãzinha tentou moldar outro homem, mas seu coração ainda chorava pelo primeiro e Diana deixou de tentar.
Triste cantou a ladainha que ouvira da avó desde que nascera:
Sente, pequeno príncipe, meu beijo no teu. Entre nós uma rosa nasce em forma de flor, entre nós a dor é partilhada com amor. Todos os dias o mar te leva. Todas os dias voltas a nascer. Se já não és o mesmo. Pouco me importa. És certamente o homem nascido comigo na areia. Neste vai e vém, beija meu beijo e volta a nascer....
Diana vestida de branco é lenda em toda Setembro. O pescador perde-se por ela, a mulheres se ficam viúvas praguejam contra a sereia.
Entre nós uma rosa nasce em forma de flor. Entre nós a dor é partilhada com amor. Todos os dias o mar te leva. Todas os dias voltas a nascer. Neste vai e vém, beija meu beijo e volta a nascer....
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1 comentário:
que bela metáfora!
grato por teres proporcionado este belo momento de sabedoria.
bem-hajas, ethel feldman!!
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