O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


segunda-feira, 6 de setembro de 2010

resposta a RUI MANUEL AMARAL - no blog DIAS FELIZES

Blogger platero disse...

Claro

que as árvores também fazem amor.Qualquer botânico de pacotilha
sabe que determinadas espécies têm os dois géneros, e que as fêmeas podem selecionar, e engravidar de frutos com pólen de eleição. Talvez do macho mais robusto, mais composto, com flores mais apelativas.
tb as fêmeas, à semelhança dos insetos, pe, libertarão feromonas
capazes de atrair o pólen dos machos a muitos quilómetros de distância. Eu tenho um castanheiro aqui em Arraiolos, consideravelmente longe de soutos ou mesmo de especimes isolados, contudo produz castanhas com uma regularidade cronométrica. Umas vezes mais escuras, quase pretas, outras vezes castanhas - fazendo jus ao nome. Uma cacofonia de cores

o que significa, no mínimo, uma troca de parceiros. Uma infidelidade conjugal, passível de lapidação em qualquer regime islâmico.
e há ainda a situação bem conhecida
de híbridos, resultantes de relações fora da espécie - sobreiro X azinheira
como as mulas são produto de cruzamento égua X burro ou cavalo X burra

é contudo digna de registo a sua intuição para o problema, pelo que me apresso a felicitá-lo aqui da minha quinta em Arraiolos

e já agora deixe-me confidenciar-lhe que é conhecida e frequente a prática amorosa entre humanos e animais - uma zoo qualquer coisa -
não tanto, mas existente também
uma homofitogamia que consiste no estabelecimento de relações amorosas entre pessoas e vegetais
- árvores sobretudo.

no meu caso, não posso ocultar uma certa paixão pessoal por uma sedutora macieira Golden que me namora do quintal


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