O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


domingo, 15 de junho de 2008

toda a luz
amalgamada de espanto e esperança entardecida
na alba e na brandura das distâncias
tangida de pranto e segundos de opacidade
a minha paisagem em relicário
o meu desperdício de palavras ditas
a oxidar a pureza cristalina do silêncio
e não poder ser das pegadas ocultas no vento
apenas a sombra duma passagem
a frescura que fica nas margens da vida
apenas

3 comentários:

Anónimo disse...

Grata por me fazer sentir «essa frescura das margens da vida» neste Domingo fresco.

Anónimo disse...

Ai que flores para eu voar e lembrar...as preferidas da minha mãe. Assim, a rebentar de luz como os meus olhos ao vê-las, revê-las de lágrimas...obrigada Paulo por me trazeres um jardim a esta cela onde avalio e julgo, o que não sei nem quero avaliar.
Olharei para elas até que os olhos ceguem...

Joana Serrado disse...

é uma cor tão intensa... parece mel.