O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


quinta-feira, 26 de junho de 2008

8 comentários:

Paulo Feitais disse...

e o tempo é um rasgão
feito de noite e de dia
que e pressente na erosão
da tua caligrafia

Paulo Feitais disse...

falta o "s" do se
caiu no buraco
do tempo

Paulo Borges disse...

Conseguem ler ? Ficou mais pequeno do que desejava...

Anónimo disse...

Sim, consigo. Mas eu sou cega e não vejo com os olhos! Claro que os mais míopes terão dificuldade, mas se um segredo não se diz alto, por que razão haveria a beleza de estar no grande?

Um imenso sorriso para este post vestido de Pessoa: fato negro, camisa branca e gravata preta. Solene e formal.

P.S. uma gravata Pollock é mais bonita, mas não ofereceram nenhuma a pessoa...oh...podemos tentar colocar o texto num fundo Pollock...

Este aforismo em página branca será já uma conversa com Quinhard?!

Anónimo disse...

P.S. no p.s. é Pessoa e não pessoa...não vejo bem, como se confirma...

Anónimo disse...

Parece um epitáfio a escoar-se no fundo sem fundo.

Anónimo disse...

Se clicarmos na imagem ela amplia muito. Depois, é só encontrar as palavras e para além delas o belo pensamento que as sustenta. E a caligrafia...
Belíssima imagem! Profundamente verdadeira.

Anónimo disse...

A poesia arrancada da alma! Parece que ainda palpita. Ainda não foi esterilizada, copiada muitas vezes, integrada em sistemas optimizados! É uma sensação agradavelmente tocante e nostálgica, vê-la tão nua!