O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Em honra a quem perguntou "Como se faz para perceber isto?" (uma dúvida que eu tive muitas vezes ao longo da minha vida e nem sempre tive a coragem de colocar) senti o ensejo de escrever um breve b-á bá da imortalidade da Alma, mas como se tornou muito grande (escandalosamente grande) e ainda por cima relacionado com algo tão básico / elementar (e chato) pensei que seria melhor não o publicar aqui. Calculo que talvez ninguém o leia, devido à sua simplicidade, tema e extensão, além de que já inclui passagens de coisas que escrevi aqui nesta Serpente, em todo o caso fica aqui a referência, :

Dissolução e imortalidade da alma, ou, o b+á=bá da imortalidade da Alma

Bem hajam pela inspiração, tem sido um Gozo multicolor ler e escrever aqui, nos interstícios e à volta da Serpente! ^_^

3 comentários:

Anónimo disse...

querem ver que além do sócrates voltou também o platão?

Luar Azul disse...

Bem!! Isso é que é era bom! Já que temos um engenheiro, vinha agora um filósofo (se bem que o Platão como político... )

Mas agora a sério, o texto tem muito a ver com certas passagens do Fédon que sugere a imortalidade da Vida enquanto princípio universal (quanto à individual ficamos um bocado "às moscas"). A única diferença é que hoje em dia pensamos que o Universo tem "leis universais" enquanto que para Platão ele era o resultado da união entre algo informe e as formas/ideias (concepção descrita no Timeu). Essas leis universais, que hoje se mostram tão claramente, trazem à luz com muito mais clareza que tudo é imortal (e não apenas a alma, como sugeriu Platão): afinal era Parménides que tinha razão!

(não tive a pretensão de dizer nada de novo! é um blá blá blá ou b+á=bá)

^_^

Anónimo disse...

obrigada pela elucidação, assim escuso de ler o texto.