O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Mas o que é a mente?

O que é a mente? Eis uma das mais complicadas questões de todos os tempos que, porventura, terá uma das respostas mais simples de sempre. Não sei a resposta. Posso apenas tentar, de acordo com a minha experiência.

Tenho, por várias vezes, pensado sobre o eu, tendo chegado à conclusão, que aceito com cepticismo, de que é aquilo que está para lá das consciências, como que aquilo que é por elas afectado. Será a mente algo mais, um substrato (por exemplo do mundo), ou mera ferramenta?

Quando falo em consciências, falo em percepções, sentimentos, memórias, imaginações, em suma, tudo aquilo que é magicado, suponhamos, pelo eu através da mente. Assim, a mente seria mera ferramenta do eu, na medida em que é através dela que uma série de fenómenos, visíveis (como as percepções, o mundo aí fora) ou invisíveis (como os sentimentos, as memórias, as imaginações, os desejos... não obstante estes poderem ter uma face sensível), ocorrem.

Mas o que é a mente? É uma questão que deixo em aberto, na exacta medida em que não sei a resposta. Será uma plataforma, um ponto de contacto, de vivência e de capacidade de viver e de actuar, entre o eu e o mundo?

Sem comentários: