O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

A Mente? ... - mente?

Não defino para não limitar a possibilidade de ser diverso ou não ser
infinitamente


O Insondável, o que imite e capta sinais?

Einstein estava certo ao formular que tudo contém Energia?

A energia produz Acção

As acções deixam marcas no Universo

Como é isto de “pensar”, alguém sabe?

4 comentários:

Anónimo disse...

Não sei...

Anónimo disse...

Mente, mente, de mim aus-ente.

Paulo Borges disse...

"Pensar", se for no sentido arcaico da palavra na poesia galaico-portuguesa, é cuidar atenta e amorosamente de algo ou alguém: "pensar" no amigo, ou, hoje ainda, pensar uma ferida, fazer o penso... Se for no sentido do cogitar, raciocinar, conceptualizar, é agarrar, avaliar, julgar... Para pensar no primeiro sentido, não são necessários pensamentos: basta o amor atento e concentrado. Cabe-nos escolher.
Saúde e Saudade, Irmã Maurícia.

Anónimo disse...

O pensmento estrutura o mundo. O homem é incapaz de deixar de pensar. É da sua própria natureza. Se o não fizesse, como revelaria o mundo? Como decifraria os sinais que nos são mostrados, Quer pelo pensamento simbólico, indispensável na busca de significados, coincidências, estudo e análise das diferentes maneiras das coisas se apresentarem à nossa mente qu, claro, existe, tal como outros elementos que se não tocam com o dedo, mas existem, apesar de para além da realidade material.
Aqui já estamos a colocar o velho problema do espírito e da matéria.
Julgar é outra coisa ainda, já pertence ao domínio da ética e do lixo acumulado do eu.
Também existe, para além do pensamento conceptual e simbólico, o pensamento sonhado. Esse que é energia geradora de ação, com o qual não se constrói um mundo paralelo ao mundo, uma vida paralela à vida, mas uma interrogação constante, assente na "antiguidade" de nós mesmos,mas projectada no futuro. É essa projecção do pensamento sonhado que tanto incomoda as instituições e que faz dos poetas exilados.
O medo ainda tem poder.