O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


domingo, 3 de janeiro de 2010

perdido numa AGENDA de 99


avisem denunciem
divulguem
em prospecto
:
ainda muita gente morre
no Mundo
à míngua
de um afecto

14 comentários:

João de Castro Nunes disse...

Soberbo! Ainda dizem que não há génios... de bondade! Felizes, não digo. Basta a desgraça alheia, para o não serem. JCN

João de Castro Nunes disse...

Como me está interdito postar na Serpente, estou inibido de reproduzir nessa modalidade o comentário que fiz ao "Free Tibet" do Feitais, que democraticamente mo "apagou". Mexeu com ele! JCN

platero disse...

Caro JCN

grato pelo seu comentário.
para locatário de uma 4ª. classe tirada... não sei quê, não sei que que mais - tem que se lhe diga.
Como prefere que o trate?: Por génio ou por prodígio?
julgo que era Novális que dizia:
...quanto mais poético mais verdadeiro.
Não quer seguir a "máxima" do ilustre plumitivo?
Fique-se então com um abraço amigo

baal disse...

levantem a interdição ao jcn que precisamos de divertimento a metro.
desculpa platero mas desde o fídias que ando desorientado com o comparsa do saramago, ambos autodidactas e chatos.

em tempos de tristeza os afectos refugiam-se é preciso (des)ocultá-los.

platero disse...

Baal

era para te dedicar o insignificante poeminha
Fica concretizada a intenção

abraço - força

Paulo Borges disse...

Platero, divulguei hoje este poema no Facebook, dizendo que por vezes és um novo António Aleixo.

Espero que não leves a mal, pois também és bem mais.

Abraço

João de Castro Nunes disse...

Não tenha dúvida, Amigo:
anda o o mundo esfomeado
de afecto tão sonegado
que até parece castigo!

JCN

platero disse...

Paulo

grato pelo gesto.
És das muito poucas pessoas -intelectuais ou não - que arrisca uma
palavra de apreço pela minhas quadras populares.
o sussurro crítico que por vezes me chega coloca-me na posição de um aceitável poeta popular. Tomando popular como sinónimo de menor, "plebeu", ao alcance de todos.
não vou esquecer o risco que aceitaste correr

abraço

platero disse...

JCN

Parabens
pela bela quadra
com que me
agradece

abraço

Paulo Borges disse...

Platero, não fiz nada mais do que dizer o que sinto ser verdade e para mim quadras ao gosto popular não são menores. As tuas estão, em forma e conteúdo, ao nível do melhor que neste domínio se tem feito, pensando por exemplo em Pessoa e Agostinho da Silva.

As vossas quadras ao gosto popular manifestam uma concisão sapiencial ao nível dos melhores "haiku" japoneses.

Abraço e Admiração

Paulo Borges disse...

Platero, envia-me alguns poemas para a "Nova Águia", por favor, indicando a ordem de preferência na publicação.

João de Castro Nunes disse...

Meu caro Platero: não se amesquinhe... escusadamente! JCN

Semente disse...

Querido Platero,

mergulhei na Serpente e vi o teu post. ADOREI!
Adoro as tuas quadras e pulo :)contigo e com elas.

Vou fazer o que o mar deixar e o Neptuno permitir na divulgação... porque a falta de afecto afecta qualquer ser vivo, de facto!
E sim, morre-se. Por esse mundo fora.

Obrigada, Platero!
De coração*

João de Castro Nunes disse...

Tenho mais do que fazer
para aturar as sepentes:
espero só... não sofrer
do veneno dos seus dentes!