sábado, 16 de agosto de 2008
Esta noite sonhei
Sonhei que o meu cavaleiro andante viajava pelas dunas
e que me procurava em cada pôr-do-sol…
Viajou milhares e milhares de anos
O caminho era este, a estrada era outra…
Na baínha do casaco trazia um presente para me oferecer
Rosas esculpidas pelo vento e pelo tempo.
Rosas secas, pétalas fósseis guardadas desde o princípio dos tempos
No meu sonho o céu era branco como cal e tinha muitas estrelas coloridas
Outras vezes, o céu era sustentado por colunas muito altas
Havia muitas portas, quase todas de um azul bonito
Um dessas portas esperava, entreaberta, que eu entrasse
Mas eu não entrei.
Escondi-me no alto do minarete
De uma das janelas parecia que se via o infinito
O que parece não acabar nunca. Mas não era o infinito
Era o deserto que me chamava
Era aquele alaranjado que me dizia que fosse, que me dizia que sim
O horizonte da cor do deserto é assim…
Estarrecida, contemplei a beleza e a grandiosidade
que é estar perante aquela areia macia
que nos envolve em todo o redor…
E, em silêncio, ouvir aquelas palavras que a natureza nos diz
quando se mostra assim nua, despida de tudo.
E o Sol desceu…
E a Lua subiu…
Num ritual que se repete pelos séculos dos séculos
Numa sequência de luz e de escuridão iluminada
Nesses momentos,
Há miragens que nos chegam…
Como se fossem espíritos anciãos
Dispostos a dançar connosco uma dança de lua cheia e de fogueira acesa
E nos acenam num adeus.
Acordei.
(leia-se: voltei)
e que me procurava em cada pôr-do-sol…
Viajou milhares e milhares de anos
O caminho era este, a estrada era outra…
Na baínha do casaco trazia um presente para me oferecer
Rosas esculpidas pelo vento e pelo tempo.
Rosas secas, pétalas fósseis guardadas desde o princípio dos tempos
No meu sonho o céu era branco como cal e tinha muitas estrelas coloridas
Outras vezes, o céu era sustentado por colunas muito altas
Havia muitas portas, quase todas de um azul bonito
Um dessas portas esperava, entreaberta, que eu entrasse
Mas eu não entrei.
Escondi-me no alto do minarete
De uma das janelas parecia que se via o infinito
O que parece não acabar nunca. Mas não era o infinito
Era o deserto que me chamava
Era aquele alaranjado que me dizia que fosse, que me dizia que sim
O horizonte da cor do deserto é assim…
Estarrecida, contemplei a beleza e a grandiosidade
que é estar perante aquela areia macia
que nos envolve em todo o redor…
E, em silêncio, ouvir aquelas palavras que a natureza nos diz
quando se mostra assim nua, despida de tudo.
E o Sol desceu…
E a Lua subiu…
Num ritual que se repete pelos séculos dos séculos
Numa sequência de luz e de escuridão iluminada
Nesses momentos,
Há miragens que nos chegam…
Como se fossem espíritos anciãos
Dispostos a dançar connosco uma dança de lua cheia e de fogueira acesa
E nos acenam num adeus.
Acordei.
(leia-se: voltei)
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9 comentários:
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http://www.youtube.com/watch?v=K6Y7nys00dk
Com sonhos assim... tão reais... vale a pena acordar, para vivê-los inteiramente. És mesmo Rainha do Sonho, Sereia. ;)
Querida Ana Margarida,
obrigada pelo presente. Foi fabuloso ver de novo aquelas dunas!
Ainda por cima com uma música tão linda. Mais uma vez, obrigada :)
Querida Anita,
Que dizer?
Sou mesmo assim... Sereia*
:)
Que belo regresso dessa viagem
Que te levou pela imensa paisagem
Do deserto que é a saudade do mar
Canção tecida pelo vento na areia
Exaltação do céu a ver chegar
A alma da Adraga em corpo de Sereia.
Longe levaste a uma terra faminta
A brisa suave da Serra de Sintra.
Talvez o espírito do Encoberto
Desperte da ondulação do deserto
Para revisitar a sua terra natal
A mesma que se estende sobre o mar
Cumprindo-se como o porto do Graal
Pátria do Amor, ânsia de navegar.
Sereia,
E nesse sonho azulinho das portas de África vou pintar o meu quarto de sonhar. Todos os dias ponho uma mãozinha de areia, até que as dunas brilhem e encham aquele mundo e eu, sonhando, ainda, de onda cubra o cubo dos meus sonhos. Talvez haja espaço para uma gaivota... e para uma Sereia há sempre.
Bem vinda de novo com areia nos pés
e uma fotografias, lindas, lindas.
Um abraço de saudades
Caro Paulo,
Obrigada pelas Boas-Vindas assim... com estas palavras.
O Deserto é qualquer coisa de fabuloso e para uma Sereia* A ausência e mar foi bastante bem compensada pela abundância de areia fina e alaranjada.
São momentos e imagens e sentimentos que não quero nunca esquecer que podem existir ao alcance de uma Sereia*
Cheguei com a alma cheia, como está espelhado. Vale a pena conhecer aquele lado do mundo e sentir os pés agarrrados à terra, sem quererm sair dali.
Cara Saudades,
se puderes sonhar com esse azul e se puderes ir colocando punhados de areia a brilhar de uma cor quente como é a dessas dunas, vais sonhar e sorrir a sonhar. Posso mesmo garantir!
Já sinto saudades daquele espectáculo da natureza.
;)
Para sereias e filhos do Mar...
Maria Bethânia - Canto de Oxum
"Quando eu morrer
voltarei para buscar os instantes
que não vivi junto do mar
Nhem-nhem-nhem
Nhem-nhem ô xorodô
Nhem-nhem-nhem
Nhem-nhem ô xorodô
É o mar, é o mar
Fé-fé xorodô
Oxum era rainha,
Na mão direita tinha
O seu espelho onde vivia á se mirar
Quanto nome tem a Rainha do Mar?
Quanto nome tem a Rainha do Mar?
Dandalunda, Janaína,
Marabô, Princesa de Aiocá,
Inaê, Sereia, Mucunã,
Maria, Dona Iemanjá.
Onde ela vive?
Onde ela mora?
Nas águas,
Na loca de pedra,
Num palácio encantado,
No fundo do mar.
O que ela gosta?
O que ela adora?
Perfume,
Flor, espelho e pente
Toda sorte de presente
Pra ela se enfeitar.
Como se saúda a Rainha do Mar?
Como se saúda a Rainha do Mar?
Alodê, Odofiaba,
Minha-mãe, Mãe-d'água,
Odoyá!
Qual é seu dia,
Nossa Senhora?
É dia dois de fevereiro
Quando na beira da praia
Eu vou me abençoar.
O que ela canta?
Por que ela chora?
Só canta cantiga bonita
Chora quando fica aflita
Se você chorar.
Quem é que já viu a Rainha do Mar?
Quem é que já viu a Rainha do Mar?
Pescador e marinheiro
que escuta a sereia cantar.
É com povo que é praieiro que Dona Iemanjá
quer se casar."
Esta música é pra sonhar...
http://br.youtube.com/watch?v=0qhaSi87QTw
Obrigada pela narrativa que me faz lembrar muitas e as de um filme em particular...em que se dizia...deixa-me falar-te dos ventos...é um filme fabuloso e que a Sereia deve amar. Obrigada pelas fotos. Bem-vinda!
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