O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Cor-por-tug-al: a cor de Portugal

Portugal viveu sempre próximo do mar-sentimento de que foi gerado, a identidade portuguesa mantém-se ligada à sua origem, porém, mantém-se confundida por ventos-ideias que sopram de fora e que se perderam há muito da sua essência marítima-sentimental. Falta apenas a Portugal o reconhecimento de si próprio, deixar-se levar pelas ondas do seu mar, seguir o único caminho que lhe pode fazer sentido, o do sentimento nascido do mar do seu corpo.


















"E a nossa grande Raça partirá em busca de uma Índia Nova, que não existe no espaço, em naus que são construídas «daquilo de que os sonhos são feitos». E o seu verdadeiro e supremo destino, de que a obra dos navegadores foi o obscuro e carnal ante-arremedo, realizar-se-á divinamente."
Fernando Pessoa, "A Nova Poesia Portuguesa no Seu Aspecto Psicológico", publicado em A Águia, nº 12, II série

O cais de Belém da partida será o mesmo da chegada... o cais Absoluto, que está para lá de tudo, por conter em si o mundo.
A Nova Índia a descobrir é Portugal.

1 comentário:

Anónimo disse...

platero... (comentário recuperado)

onde a Terra acaba e o Mar começa
ou
onde se acaba o Mar e a Terra principia?

conforme alternativa, assim podemos ler vocação milenar do nosso Cais:
de Partida
ou
Chegada?