O CAMINHO DA SERPENTE

"Reconhecer a verdade como verdade, e ao mesmo tempo como erro; viver os contrários, não os aceitando; sentir tudo de todas as maneiras, e não ser nada, no fim, senão o entendimento de tudo [...]".

"Ela atravessa todos os mistérios e não chega a conhecer nenhum, pois lhes conhece a ilusão e a lei. Assume formas com que, e em que, se nega, porque, como passa sem rasto recto, pode deixar o que foi, visto que verdadeiramente o não foi. Deixa a Cobra do Éden como pele largada, as formas que assume não são mais que peles que larga.
E quando, sem ter tido caminho, chega a Deus, ela, como não teve caminho, passa para além de Deus, pois chegou ali de fora"

- Fernando Pessoa, O Caminho da Serpente

Saúde, Irmãos ! É a Hora !


domingo, 17 de agosto de 2008

Em Noite de Eclipse parcial...

Ontem à tardinha a lua nasceu sobre esta rocha
Impura sobre um mundo inexpurgado.
O homem e seu campanheiro pararam
Para descansar perante a heróica altura.


Friamente o vento caiu sobre eles
Em muitas majestades de som:
Eles que tinham deixado o sol de chama caprichosa
Em busca de um sol de fogo mais intenso.
(...)


Ficção Suprema, Wallance stevens
(tradução de Luísa Campos)

3 comentários:

Paulo Feitais disse...

A Lua...
Tenho-a bem alto no meu mapa astral.
E o Sol tem segredos à disposição dos que buscam esse Sol do poema.
Belíssimo.
:)

Semente disse...

Ainda não tenho mapa astral
:(

Por enquanto, não sei onde tenho a Lua... Talvez no coração, ao lado do Sol ;)

E, às vezes, também me acompanha quando o canto da Sereia* me sai do peito, num unissono cuja melodia não se ouve. Só se sente as cordas vocais vibrarem, mais nada
:)

Paulo Feitais disse...

Isso do mapa astral é fácil. Quando quiseres desenha-se um. ;)