Após o canto luzidio das escravas,
Nuvens que exilam balas
De sol, azul de chumbo e transparências
No pano prenhe que cicia do
Cordame altíssimo da chuva.
Pequenos barcos de fumo,
Assim genuínos, do chão
Vão recolher a tradição
Trovejante na poeira
Do arco tenso em grandiosa voz
Que abriu as cordas insuspeitas.
O sol retoca-nos depois o rosto
Molhado num chão de lama seca e
Arrasta os nossos olhos para o mar
Com doçura. Uma noite amadurece
e a brisa puxa do rasgado bolso
Uma cobra infinita,
Mãe de si própria, o país duplo da verdade.
2 comentários:
um bom abraço
gosto em voltar a ler-te
Para que equinócio
um novo voo
à Barragem do Divor?
Não se chama "Menina do Mar" mas bem que podia... ;)
"Meu amor é marinheiro
E mora no alto mar
Seus braços são como o vento
Ninguém os pode amarrar
Quando chega à minha beira
Todo o meu sangue é um rio
Onde o meu amor aborda
Seu coração, um navio
Meu amor
Disse que eu tinha
Na boca um gosto, a saudade
E os cabelos onde nascem
Os ventos e a liberdade
Meu amor é marinheiro
Quando chega à minha beira
Acende um cravo na boca
E canta dessa maneira
Eu vivo lá longe, longe...
Onde dormem os navios
Mas um dia hei de voltar
Nas águas de nossos rios
Hei de passar nas cidades
Como o vento nas areias
E abrir todas as janelas
E abrir todas as cadeias
Meu amor é marinheiro
E mora no alto mar
Coração que nasceu livre
Não se pode acorrentar"
Manuel Alegre
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