terça-feira, 26 de agosto de 2008
O vivo sossego dos "beijos merecidos da Verdade"
"Deus criou-me criança, e deixou-me sempre criança. Mas por que deixou que a Vida me batesse e me tirasse os brinquedos, e me deixasse só no recreio, amarrotando com mãos tão fracas o bibe azul sujo de lágrimas compridas? Se eu não poderia viver senão acarinhado, por que deitaram fora o meu carinho? (...)
E tudo espera, aberto e decorado, o Rei que virá, e já chega, que a poeira do cortejo é uma nova névoa no oriente lento, e as lanças luzem já na distância com uma madrugada sua. (...)
Surge dos lados do oriente a luz loura do luar de ouro. O rastro que faz no rio largo abre serpentes no mar.
Dominámos outrora o mar físico, criando a civilização universal; dominaremos agora o mar psíquico, a emoção, a mãe temperamento, criando a civilização intelectual."
Bernardo Soares, "Livro do Desassossego"
E tudo espera, aberto e decorado, o Rei que virá, e já chega, que a poeira do cortejo é uma nova névoa no oriente lento, e as lanças luzem já na distância com uma madrugada sua. (...)
Surge dos lados do oriente a luz loura do luar de ouro. O rastro que faz no rio largo abre serpentes no mar.
Dominámos outrora o mar físico, criando a civilização universal; dominaremos agora o mar psíquico, a emoção, a mãe temperamento, criando a civilização intelectual."
Bernardo Soares, "Livro do Desassossego"
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10 comentários:
Pelo verdadeiro intelecto, o que interliga, o sentido.
"Há uma música do povo" - cantada por Mariza...
"Sou uma emoção estrangeira,
Um erro de sonho ido...
Canto de qualquer maneira
E acabo com um sentido."
Fernando Pessoa
http://br.youtube.com/watch?v=BdHbQBvgyQ0
"Sim: existo dentro do meu corpo.
Não trago o sol nem a lua na algibeira.
Não quero conquistar mundos porque dormi mal,
Nem almoçar a terra por causa do estômago.
Indiferente?
Não: natural da terra, que se der um salto, está em falso,
Um momento no ar que não é para nós,
E só contente quando os pés lhe batem outra vez na terra,
Traz! na realidade que não falta!"
Alberto Caeiro
Tanto Pessoa já enjoa...
é verdade, é um chato, nem morto se cala...
Bahh
Cale-se-me!
Passei a vida de mim enjoado... Jamais pensei ser o alter-ego de tanta gente!...
É essa coisa do que se pensa ser às vezes engana...
Pelos vistos só tenho feitio para desmancha-prazeres... primeiro de mim e agora dos outros... Falta de jeito para viver... O talento foi todo para o sonho e a poesia.
deixe lá, não se apoquente... de tanta gente que por cá passa na terra é só isso que persiste.
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